Por Gabriel Barreira, G1 Rio / Foto Agencia Brasil
O governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), será interrogado nesta quarta-feira (7) pelo Tribunal Especial Misto, que julga o pedido de impeachment contra o ex-juiz.
A Corte também ouve nesta quarta-feira o ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos, que se tornou delator e implicou Witzel no esquema.
O processo de impeachment contra Witzel chegou a ser suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro do ano passado.
O governador afastado alegava justamente não ter tido acesso à delação de Edmar Santos. O ministro Alexandre de Moraes decidiu, na ocasião, que o interrogatório de Witzel deveria ser o último ato do julgamento.
Nesta semana, a defesa de Witzel tentou novamente adiar o interrogatório. Novamente, os advogados citaram cerceamento à liberdade de defesa por supostamente não terem acesso à delação de Edmar.
Na segunda-feira, Moraes negou o pedido para suspender novamente o processo.
O impedimento de Witzel é analisado por deputados e desembargadores do Tribunal de Justiça, que podem determinar a cassação dos direitos políticos.
Réu por corrupção
O governador afastado foi denunciado pelo Ministério Público e se tornou réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Witzel é acusado de envolvimento em desvios de recursos na área da saúde do Rio de Janeiro durante a gestão da pandemia.
Desde o início das investigações, Witzel nega ter cometido irregularidades e se diz “absolutamente tranquilo”.
A suspeita é que o governador tenha recebido, por intermédio do escritório de advocacia de sua mulher, Helena Witzel, pelo menos R$ 554,2 mil em propina. O MPF descobriu transferência de R$ 74 mil de Helena Witzel para a conta pessoal do governador
A descoberta do esquema criminoso teve início com a apuração de irregularidades na contratação dos hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o governo do RJ estabeleceu um esquema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organizações sociais (OSs) que prestam serviços ao governo, especialmente nas áreas de Saúde e Educação.