Dias das Mães: Silvana, mãe da Letícia e volante do São José

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Ser mãe é uma prova de amor. Ser mãe e jogadora de futebol, então, é uma responsabilidade e tanto, para lá de desafiadora. Na elite do futebol brasileiro, 11 mulheres compartilham a maternidade com a carreira de atleta. Para explicar a paixão que as move, a CBF convidou as mães que disputam o Brasileiro Feminino A-1 para, neste dia tão especial, expressar todo seu amor. Conheça agora a história de Silvana, mãe da Letícia e volante do São José.

A maternidade e a carreira de jogadora de Silvana contam com dois momentos cruciais e antagônicos. Ao saber que estava grávida, a jovem de 15 anos – que gerou Letícia aos 16 – duvidou que poderia retornar aos gramados com a mesma performance e, assim, dar continuidade ao sonho de ser atleta profissional. Com o apoio de seus familiares, a volante do São José encontrou no futebol uma forma de oportunizar uma melhor condição de vida para a sua filha. Hoje, aos 23 anos, Silvana garante que ser mãe, a fez uma pessoa melhor.

 

 “Depois que a gente gera uma vida, aprendemos ainda mais o sentido do amor ao próximo”

 

Carta de Silvana, volante do São José, para a filha Letícia, de 6 anos. 

“Conciliar minha gravidez foi bem difícil no começo, porque quando suspeitei estava em uma competição de Brasileiro Sub-15 de Futsal em Santa Catarina. Quando voltei fiquei treinando normalmente, mas me senti mal. Fui ao hospital fazer exames, e lá descobri que estava grávida. Para mim, quando descobri, fiquei um pouco paralisada, porque não esperava. Não imaginava que aconteceria comigo tão cedo. Pretendia ter uma filha, mas não tão cedo como aconteceu, estava com 15 anos na época, e tive ela com 16.

Depois que a gente gera uma vida, é uma coisa muito gratificante. A gente aprende ainda mais o sentido do amor ao próximo, a amar mais as pessoas. Entendemos o contexto do que é ser mãe, que não é fácil – até hoje não é. Mas é muito gratificante, não me arrependo de forma alguma de ter gerado minha filha que, para mim, é um espetáculo. Se eu não tivesse gerado ela, não estaria na profissão que estou hoje. Por conta dela consigo alcançar meus objetivos, ela fez me não desistir dos meus sonhos.

A minha reação (ao saber da gravidez) era: ‘Será que vou ter que parar de jogar bola? Será que vou ter a mesma habilidade, agilidade? Será que meu corpo vai voltar da mesma forma?’. Logo após tê-la, quatro meses depois, já voltei para o futebol. Minha mãe me ajudou bastante psicologicamente dentro e fora de campo. Não é fácil conciliar o fato de ser mãe com a profissão, mas a gente sempre arruma um jeito. Ser mãe não é fácil, muito difícil estar ali dando atenção. Como estou distante, às vezes sinto falta, e sei que ela sente ainda mais falta de mim.

No começo eu jogava próxima de casa, então a gente se via todos os dias. Mas agora que estamos mais distantes, uma afastada da outra, é um pouco complicado. Mas sempre damos um jeito de nos ver, por ligação, chamada de vídeo. Sempre procuro saber como ela está, ela também pergunta sempre se estou bem. Mesmo com pouca idade, ela é muito esperta com relação a isso. Mas graças a Deus consigo manter o foco dos dois lados: em ser mãe e ser atleta, que é minha profissão.

Ela representa absolutamente tudo pra mim. Por ela eu não desisti do meu sonho e não desisto de nenhum objetivo. Se penso em fazer algo, sempre penso nela primeiro para depois pensar em mim. Tudo que venho conquistando aos poucos no futebol, é sempre para ela, para minha família. Eu, minha mãe e minha filha. É o que me mantém de pé hoje. Ela consegue me dar cada vez mais força quando penso em desistir. Sempre quis dar o que eu não tive para ela. E hoje graças a Deus e ao futebol, consigo fazer!

Silvana e sua filha se divertindo durante um piquenique

Silvana e sua filha se divertindo durante um piquenique
Créditos: Arquivo Pessoal

Fonte: CBF
Crédito de imagem: Créditos: Arquivo Pessoal