O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) colocou no ar hoje (28) a atualização do Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA). A plataforma traz o mapeamento detalhado de todo o Brasil para a geologia (rochas), geomorfologia (relevo), pedologia (tipos de solo) e vegetação.
A plataforma de visualização e consulta às informações geoespaciais ambientais do instituto foi lançada em dezembro de 2018 e agora a ferramenta contém novos dados de análise dos solos e funcionalidades para facilitar a visualização e interpretação das informações.
Segundo a analista do IBGE responsável pelo BdiA, Marta Minussi Franco, uma das novidades é o detalhamento das subprovíncias, com dados além do tempo geológico. Com isso, é possível saber mais sobre a origem das formações rochosas de cada área específica.
“Dentre as novidades que estamos disponibilizando estão dados de análise físico-químicas e morfológicas dos solos, oriundas do Projeto RadamBrasil, além de um novo nível de detalhamento na geologia, que são as subprovíncias estruturais”.
De acordo com o IBGE, o Radam foi criado em 1970 na Amazônia, com o objetivo de fazer o mapeamento e o levantamento de recursos naturais da região. Depois de cinco anos, ele foi expandido para todo o território nacional, quando passou a ser chamado de RadamBrasil. O IBGE incorporou o acervo técnico e o corpo de profissionais do projeto em 1985.
Entre as ferramentas do portal, Marta explica que links para os metadados de cada camada de informação facilitam a navegação e o acesso às informações.
“Na primeira versão da plataforma BDiA, para que o usuário tivesse acesso aos metadados, era necessário acessar o sistema de Metadados Geocientíficos e então realizar a busca pelo termo desejado, relacionado ao tema visualizado. Agora, o acesso ao metadado foi disponibilizado em cada camada de informação, facilitando o entendimento do histórico do dado geoespacial, bem como as etapas do processo de produção e seus insumos”.
O geólogo Pedro Edson Bezerra, gerente de Recursos Naturais do IBGE no Pará, explica que as informações disponibilizadas agora possibilitam entender melhor a dinâmica da formação das regiões continentais.
“As subprovíncias estruturais agrupam as rochas de acordo com a sua origem e evolução, e são a representação espacial dos eventos geológicos relacionados à dinâmica interna da Terra, envolvendo a formação de continentes e oceanos durante os últimos 4,5 bilhões de anos de sua história. Por exemplo, as subprovíncias cujas rochas sustentam as serras do Mar e da Mantiqueira são produtos de um processo tectônico que envolveu a abertura e fechamento de oceano, e a colisão continental, há cerca de 600 milhões de anos, e que resultou na constituição do supercontinente Gondwana”.
Ferramentas
O IBGE informa que o banco de dados foi atualizado para a versão mais recente do Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS). Entre as ferramentas disponíveis na plataforma estão a possibilidade de navegar pelos temas e seus diferentes níveis de classificação; realizar consultas espaciais por estados, municípios e biomas; exportar as bases de dados em formato vetorial e as estatísticas relacionadas em formato tabular; consultar um dicionário de conceitos dos termos técnicos e siglas; e importar outras bases de dados disponíveis em geosserviço.
No módulo para consulta em grade estatística, é possível pesquisar os diferentes temas do mapeamento, integrados com outros produtos do IBGE como o Monitoramento de Cobertura e Uso da Terra.
Entre os aperfeiçoamentos dessa nova versão estão a atualização das informações e descrições das Unidades Geológicas; a delimitação das subprovíncias estruturais em subdomínios tectônicos; adição de 51.757 pontos com descrições de afloramentos; atualização das regiões geomorfológicas; 450 novos pontos de vegetação; 3.110 pontos de vegetação com atributos descritivos atualizados; e a atualização dos recortes estaduais e municipais.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro