Identifica, higieniza, classifica e armazena. Esta tem sido a rotina de uma equipe especialmente preparada para trazer à luz arquivos de um importante escritor mato-grossense, que passava boa parte do tempo produzindo pensamentos e os transpondo para suportes diversos. O grupo tem dedicado os dias a identificar e dividir por categorias, os textos, documentos, fotos e objetos pessoais do poeta Benedito Sant’Ana da Silva Freire.
Tudo sob a coordenação geral de Larissa Silva Freire Spinelli e a técnica de João Paulo Lacerda Paes de Barros com a supervisão minuciosa da especialista em arranjos de acervo de família, a historiadora Elizabeth Madureira. Eles têm em mãos o acervo que foi organizado pela primeira vez por Glenda Silva Freire e então, mantido sob a guarda de Leila Freire – filha e viúva do poeta, respectivamente.
Na equipe, há ainda três assistentes, sendo uma de produção e duas de pesquisa, que se somam ao projeto: a de produção, Claudia Borges e as de pesquisa Milene Daniele Borges e Fabiana Silva Azevedo. Vale ressaltar que também contam com suporte da equipe do Arquivo Público de Mato Grosso e com a participação de três estagiárias Genilse de Brito Monteiro Ramos, Taina Salves da Silva Arruda e Débora Cristina dos Santos Santana.
Visibilidade da produção literária
Um projeto antigo da Casa Silva Freire, o inventário de um acervo diversificado, se consolida graças ao incentivo da Lei Aldir Blanc. O projeto “Acervo literário do Poeta Silva Freire: catalogação e digitalização” foi aprovado no edital MT Nascentes, realizado pelo Governo de Mato Grosso por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
A diretora da Casa, Larissa Silva Freire Spinelli, explica que esta é a primeira etapa de um processo que facilitará pesquisas, estudos e projetos sobre a produção literária de Silva Freire e possibilitará conhecer melhor o alcance da sua obra. Um processo de valorização intelectual comum a grandes artistas que também tiveram sua obra inventariada e disponibilizada para consulta e exibição em exposições permanentes.
“Primeiro fizemos a preparação do espaço para acolher essas peças e na fase seguinte, temos consolidado a identificação, higienização e catalogação. Tudo com muito esmero, pois é preciso ainda, organizar por índices e armazenar novamente, com muito cuidado, atendendo o quanto possível as recomendações da arquivologia”, explica.
Catalogação por grupos
Segundo ela, a catalogação dos documentos se consolida com a separação por grupos, que são elementos facilitadores para busca e pesquisa.
Esses grupos foram classificados em oito tipos: documentos pessoais (1); documentos de família (2); formação educacional (3); atuação profissional (4) composta por advocacia, OAB, docência e política; relações literárias (5); relações sociais (6) e universo de interesse (7) – que são textos e artigos que foram colecionados por Silva Freire. Por fim, a produção intelectual (8) é subdividida nas categorias literária (poesias, contos, crônicas, palestras e discursos e crítica literária) e produção cultural. Cada envelope recebe o seu verbete identificador do documento que indica qual grupo e subgrupo a que pertence. Depois, o documento segue para a etapa de digitalização.
“É importante ressaltar o essencial suporte que Elizabeth Madureira tem nos dado, inclusive, com a realização de palestras e visitas técnicas, como a que fizemos à Casa Barão. Ela nos acompanha semanalmente e em uma dessas orientações, pudemos conhecer o trabalho realizado com acervos do historiador Rubens de Mendonça e a musicista Dunga Rodrigues”.
E então, ela realiza uma revisão do trabalho. “Esse cuidado é que determinará a qualidade das peças digitalizadas. Após a identificação do conteúdo dos envelopes, teremos um banco de dados exemplar para a catalogação e verbetes”, relata.
A Casa Silva Freire tem o trabalho focado na salvaguarda e conservação do acervo. “E graças a esse edital, estamos realizando um tratamento que era urgente para garantir a estabilização dos originais e dar acesso a eles pelas futuras gerações. Ainda há muito o que se descobrir sobre Silva Freire”.
Patrimônio Imaterial de MT
O secretário de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), Alberto Machado, celebrou a iniciativa destacando que o acervo somará ao patrimônio imaterial de Mato Grosso. “Acrescenta à literatura mato-grossense e sobretudo, à história do nosso Estado. Silva Freire deixou sua marca na cultura como intelectual que era e também, na história da política por sua expressiva atuação na advocacia”.
Quando estiver concluído o projeto beneficiará a realização de pesquisas por acadêmicos, estudantes, jornalistas, artistas e leitores interessados na literatura mato-grossense.
Informações detalhadas sobre o processo constam nas redes sociais da Casa Silva Freire (@CasaSilvaFreire) e site oficial da instituição, o www.casasilvafreire.org.br.
Fonte: Assessoria
Crédito de imagem: Elizabeth Madureira e Larissa Silva Freire – Foto por: Divulgação