Prefeitos do médio norte fazem duras cobranças a concessionária sobre duplicação da 163

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Os prefeitos de Sinop, Roberto Dorner, Sorriso, Ari Lafin, Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz, de Nova Mutum, Leandro Felix, e demais cidades da região estão, neste momento, reunidos com representantes da concessionária responsável pela administração da BR-163. O encontro foi na sede da União das Entidades de Sinop. A empresa é responsável pela concessão do trecho entre Sinop e Itiquira (próximo a divisa com Mato Grosso do Sul), e está ouvindo demandas dos prefeitos da região.

Dorner foi enfático ao afirmar que não dá mais para esperar e que a paciência ‘esgotou’. “Quero colocar que nós não podemos esperar mais, nem nós, nem Sorriso, Lucas, Nova Mutum. Isso aqui já passou dos limites, então temos agora que agir”. “Porque senão, ficamos aqui com esse jogo de empurra, desde 2013. Agora chegou a hora, ou fazemos agora, ou não fazemos mais, pronto acabou”, disse.

Em outro ponto, o gestor questionou o motivo das obras ainda não terem sido iniciadas. “Está todo dia recebendo dinheiro, nosso povo trabalha todo dia”. “O dinheiro está caindo, então por que não faz? É por causa de política? Temos que parar com isso, e agir as coisas, de acordo com o que é necessário”. “Nós vamos para cima, e fazer acontecer, porque senão vamos ficar no mesmo lenga-lenga”. “Está na hora de tomarmos uma providência, somos trabalhadores como nossos agricultores são. Nós respeitamos todos os direitos, porém não levem mais nós na conversa, chega de conversa”, emendou.

Já o prefeito Miguel Vaz (Cidadania), lembrou que apesar dos atrasos, é necessário agora que o contrato não caminhe para uma rescisão, pois atrasaria ainda mais as obras na rodovia, já que seria necessário abrir um novo processo licitatório que poderia demorar até três anos. Atualmente, a empresa já tem um cronograma definido para a retomada. “Acho que é um cronograma bem elaborado, mas ele pode ser melhorado com relação a redução do período de execução de cada etapa. Quanto as prioridades acho que também está claro aí, é um critério técnico que é observado de acordo com os acidentes ocorridos em cada um dos trechos. Ainda temos que contar que esse contrato seja solucionado e não caminhe para uma rescisão, mas sim que troque de controle e seja executado sem delay (atraso)”.

Além disso, a reunião, segundo ele, foi importante para esclarecer o planejamento da concessionária. “Foi uma oportunidade para esclarecer, os tempos de movimento, cronogramas desse processo do contrato em relação a duplicação, se permanece, se não permanece, se vai para rescisão ou para o TAC  (termo de ajustamento de conduta) que está previsto. O objetivo disso é que a gente possa acelerar esse processo para que tenha num tempo mais curto possível a retomada dos serviços de duplicação e também contemplar as demandas de travessias urbanas de cada um dos municípios”, pontuou.

O prefeito de Nova Mutum, Leandro Felix (PSL) afirmou que a possibilidade de relicitar (nova concessionária para administrar a rodovia) “nos deixa uma garantia das obras serem retomadas. A discussão é que acelere os prazos para que o mais rápido possível comecem as obras. As cidades estão sofrendo muito, principalmente com as travessias urbanas. Também tem que estabelecer um cronograma de prioridades”.

Já o gestor de Sorriso, Ari Lafin (PSDB) destacou que a empresa precisa seguir com o cronograma apresentado. “Estamos otimistas porque até então havia uma agenda de trabalho apresentada até 2030, este novo plano da empresa com o governo Federal traz cronograma de ações para 2025, início dos trabalhos para o próximo ano tendo término de duplicação e de obras nos perímetros urbanos desses quatro municípios até 2025. Acredito que agora é somar forças. Poder Executivo, Legislativo e formar uma agenda única de trabalho”.

Ainda restam cerca de 336 quilômetros para serem duplicados, e a meta apresentada no plano à Agência Nacional de Transportes Terrestres, após notificação em março, é duplicar aproximadamente 84 quilômetros por ano, incluindo a construção de viadutos, trevos e acessos pertencentes ao trecho ampliado. A estimativa é que sejam investidos mais de R$ 3,2 bilhões.

A necessidade das correções foi separada em três prazos, sendo que as consideradas de alta prioridade devem ser executadas em até 3 anos. Outras de média, no mesmo prazo e algumas em até 4 anos. Já as obras com prioridade baixa, podem ser executadas em 5 anos. Os trabalhos de ampliação de capacidade (duplicação) nos trechos da rodovia dos Imigrantes, na 163 em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop, por exemplo, tem prioridade alta e devem avançar cerca 16,67% a cada 6 meses, sendo finalizadas em no máximo três anos. Já nos trechos do Posto Gil, em Nova Mutum, parte da rota Lucas – Sorriso, são de média (executar 50% a cada 6 meses). Mutum – Lucas tem prioridade baixa.

A ANTT também definiu prazos para execução de melhorias em interseções, sendo 24 no modelo diamante (em que a via principal apresenta, para cada sentido, uma saída à direita antes do cruzamento e uma entrada à direita após o mesmo), duas trombetas (interconexão com três ramos em “T” ou “Y”), além de quatro retornos em desnível, sete acessos, sete marginais, quatro trevos e oito passarelas.

Destas, 15 são em Sinop, com seis passarelas, duas vias marginais, um retorno em desnível, cinco diamantes e uma trombeta, segundo o Programa de Exploração Rodoviária. Lucas do Rio Verde também deve receber uma passarela, dois diamantes, um retorno em desnível e melhorias em uma via marginal. Já Sorriso, deve ter uma passarela, melhorias em dois acessos, uma via marginal e quatro diamantes.

Presidentes de câmaras municipais e secretários também participam da reunião.

 

 

Só Notícias/Luan Cordeiro e David Murba (fotos: Só Notícias/Guilherme Araújo