Cuiabanos gastam mais da metade do salário mínimo para comprar a cesta básica

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Foto: Agência Brasil

Mais da metade, ou seja, 56% da renda de quem sobrevive com um salário mínimo em Cuiabá foi destinada para a compra de alimentos em agosto de 2021.

O percentual representa o custo da cesta básica na capital, que fechou o mês com preço estimado em 613 reais e 89 centavos.

O custo supera o recorde observado em janeiro deste ano, quando atingiu 611 reais.

O levantamento de preços na capital é feito pelo Imea, Instituto Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária.

De julho para agosto deste ano, a cesta básica em Cuiabá ficou 1,56% mais cara, saindo de 604 reais para 613 reais e 89 centavos.

Na análise dos últimos 12 meses, a inflação dos alimentos essenciais supera os 17,2% de aumento, quase o dobro do índice geral da inflação do país até agosto, que atingiu 9,68%, segundo o resultado do IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A variação desigual entre renda e inflação tem obrigado a população deixar de consumir algum produto, como a carne bovina, além de reduzir ou trocar itens.

“A inflação dos últimos 12 meses está em 9,68%. Portanto, os preços dos itens da cesta básica subiram quase o dobro da inflação. Prejudica todos, mas, principalmente, os que têm renda de até três salários mínimos”, explica o economista Vivaldo Lopes.

Segundo o economista, os itens que mais puxaram a inflação foram alimentação, gás, combustível e energia elétrica, produtos e serviços essenciais para as famílias de renda mais baixa.

Entre os alimentos, as maiores altas nos preços são o da batata-inglesa, café, frango em pedaços, frutas e carnes.

As restrições forçadas na alimentação das famílias acontecem com maior frequência neste ano e a previsão é que a situação se agrave em setembro, quando haverá maior impacto do aumento da energia elétrica e dos combustíveis.

“A inflação de setembro será maior, pois sofrerá o impulso do aumento da bandeira vermelha na energia”, alerta Vivaldo Lopes.