Perícia aponta que incêndio no Parque Estadual Encontro das Águas foi causado após queda de raio

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Peritos do CBMMT estiveram no local de registro dos primeiros focos de calor. - Foto por: Michel Alvim - SECOM/MT

O resultado do laudo da primeira perícia realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT), no dia 13 de setembro, constatou que o fogo que avançou para dentro do Parque Estadual Encontro das Águas (PEEA), na região de Porto Jofrem,no Pantanal, foi causado após uma descarga elétrica de um raio que atingiu uma árvore e se alastrou pela na vegetação seca no campo, se transformando em um incêndio de grandes proporções na região.

Os trabalhos de perícia foram executados por dois bombeiros peritos de incêndio florestal do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), que estiveram no ponto de detecção dos primeiros focos de calor registrados pelo monitoramento via satélite NPP-375, no dia 03 de setembro, quando iniciou o fogo.

Segundo o relatório de perícia, no ponto chave da investigação foi encontrado uma grande árvore com aproximadamente 3 metros de altura partida no chão. Foram analisadas, ainda, partes do tronco que também apresentaram elementos danosos ocasionados pela descarga elétrica atmosférica, com ponto de entrada e saída do raio, um fenômeno natural.

Outros fatores detectados pelos especialistas, que sustenta ainda mais o fator de causa natural, foi a medição da longitude. O local de registro do primeiro foco de calor detectado pelo satélite estava perto da árvore, uma distância de apenas 349 metros. Além disso, moradores relataram que no dia do acontecimento o céu apresentava características de chuva, carregado de nuvens, trovejadas com sonoridade ambiente de descarga elétrica, por volta das 00h, conforme descrito no laudo pericial.  

Registros meteorológicos fornecidos pela plataforma Vetusky mostraram que no dia de início do fogo a velocidade do vento era de 3 km por hora, em direção Nordeste, com variação de elevação para 10 km na direção Norte, além da temperatura com mínima de 20° e máxima de 38° celsius, umidade relativa do ar entre 10% e 60%, cenário propicio de propagação para incêndio.

Com a reunião de todos esses elementos e demais coordenadas técnicas, os peritos concluíram que o fator causa do incêndio foi descarga do raio, sendo o motivo de origem do fogo fenômeno natural.

Controle e combate ao incêndio no PEEA

O incêndio permaneceu ativo por cerca de 20 dias, veio perdendo força com os trabalhos de combate. As equipes do CBM iniciaram uma força-tarefa juntos com demais forças integradas na Operação Guardiões do Pantanal ll e conseguiram conter parcialmente o fogo dentro da unidade de conservação. Cerca de 68.820 litros d´água foram lançados no ponto de fogo, além da atuação das equipes em solo que atuaram para apagaras chamas com uso de outros equipamentos de combate; abafadores, sopradores e mochilas costais no trabalho de 24 horas por dia. 

O monitoramento via satélite do Comando Regional I do CBMMT mostra que o fogo consumiu uma área de 5.725hectares dentro do PEEA. Fora da unidade, o incêndio queimou 3.775 há de vegetação, sendo o total de área 9.500 ha.

O Parque Estadual Encontro das Águas está delimitado em uma área de 108 mil hectares, um ponto explorado pelos turistas para a observação de onça-pintada.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Carlos Celestino Secom-MT
Crédito de imagem: Peritos do CBMMT estiveram no local de registro dos primeiros focos de calor. – Foto por: Michel Alvim – SECOM/MT