Estudo aponta que 17 milhões de animais morreram vítimas das queimadas no Pantanal

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Foto: Agência Brasil

Estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, de universidades e de organizações não-governamentais estima que, ao menos, 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas no Pantanal no ano passado.

 

O estudo segue sendo avaliado por outros cientistas no Brasil e no exterior, e ainda não foi divulgado em nenhum periódico científico.

 

Os pesquisadores dizem que o trabalho é pioneiro no uso da “técnica de amostra de distâncias em linhas” para calcular mortes de animais em queimadas.

 

A metodologia é baseada nos chamados transectos: trilhas em linha reta através de áreas pré-determinadas pelos focos de incêndio no bioma.

 

Cada linha percorrida tinha entre 500 metros e três quilômetros. Ao todo, o grupo percorreu 114 quilômetros de transectos.

 

Nestes trajetos lineares, as carcaças avistadas eram registradas com datas e coordenadas geográficas, assim como a distância perpendicular de cada uma delas em relação à linha de referência.

 

Os pesquisadores acreditam que morreram mais de 1milhões, já que muitos animais que vivem em tocas ou dentro de ocos de árvores podem ter morrido nesses locais sem terem sido avistados.

 

Há também o caso de vertebrados muito pequenos que podem ter sido completamente consumidos pelo fogo intenso. O levantamento mostra ainda que as cobras foram as maiores vítimas dos incêndios.

 

A estimativa abrange o período entre janeiro e novembro de 2020.

 

No ano passado, o Pantanal foi consumido pela maior tragédia de sua história, com a destruição de cerca de quatro milhões de hectares, ou seja, 26% da área de todo o bioma.

 

A biodiversidade do Pantanal é composta por mais de duas mil espécies de plantas, 69 peixes, 131 répteis, 57 anfíbios, 580 aves e pelo menos 174 mamíferos. O número de invertebrados é desconhecido.