Um calendário atípico em que duas temporadas precisaram ser acomodadas em um período menor de tempo vai fazer de 2021 o segundo ano em que o Fluminense mais entrou em campo em toda a sua história. Com 64 partidas realizadas e mais 16 a serem disputadas até dezembro, quando se encerra o Campeonato Brasileiro, a equipe chegará à marca de 80 no ano, ficando atrás apenas de 2002, quando jogou 85 vezes. Pela temporada 2021, já são 53 compromissos oficiais.
Em 2021, o Fluminense atuou 10 vezes pela Libertadores, seis pela Copa do Brasil, 15 pelo Campeonato Carioca, 11 pelo Brasileirão 2020 e 22 pela edição 2021 do campeonato nacional, restando mais 16 partidas a disputar pela competição.
Os números confirmam uma temporada de consolidação, em que o Fluminense alcançou pela primeira vez as quartas de final da Libertadores e da Copa do Brasil simultaneamente. Além disso, o Tricolor cumpriu a contagem máxima de jogos no Campeonato Carioca ao chegar à decisão do torneio.
Leia mais: Marcão celebra recorde de invencibilidade: “Honrado de escrever mais uma página aqui”
Com a paralisação do calendário no ano passado em função da pandemia de Covid-19, a temporada 2020 invadiu 2021. A atual temporada, então, teve seu início adiado, e o primeiro jogo aconteceu somente em março. O ano poderia ter tido ainda mais jogos se o Fluminense não tivesse se classificado diretamente para a fase de grupos da Libertadores. Caso fosse necessário disputar as fases preliminares do torneio, a equipe teria tido mais quatro compromissos oficiais em seu calendário.
A grande quantidade de jogos no calendário de 2021 impactou diretamente em outras áreas do clube. Uma das mais afetadas diretamente foi a preparação física, comandada por Marcos Seixas. O profissional, que esteve junto à seleção brasileira na conquista do ouro olímpico, comentou os desafios de lidar com a maratona de compromissos e as estratégias para deixar os atletas preparados.
“A grande quantidade de jogos na temporada é uma enorme preocupação nossa, evidentemente. A gente procura dar bastante ênfase ao trabalho de recuperação e restauração dos atletas que vêm com uma carga maior de jogo, e procura também fazer uma compensação de carga com aqueles que não estão jogando tanto. A maior incidência de lesões ocorre através de dois mecanismos: a sobrecarga de jogos, quando um atleta não consegue se recuperar totalmente entre uma partida e outra, e a do atleta que vem sem uma grande sequência de jogos e que sente se não estiver preparado quando for utilizado. Para quem vem atuando mais, a gente usa diversas estratégias para monitorar essa situação e cuidar bem de cada um dos casos. Isso pode ser feito com controle de carga de treinamento, trabalhos na academia e com controle dos marcadores bioquímicos, de como estão os índices de bem-estar do corpo do atleta”, explicou Marcos Seixas.
Leia mais: Fred vibra após fazer história: “Feliz pela marca, pelo gol e pela vitória”
Coordenador da fisiologia do clube, Juliano Spineti disse que o trabalho desenvolvido no intervalo entre os jogos e a integração entre os departamentos do clube são fundamentais para prevenir lesões. Ele contou que após cada partida é feita uma análise individual dos atletas para monitorar a resposta do corpo à carga a que ele foi submetido dentro de campo.
“Uma temporada atípica como essa muda nosso trabalho em vários aspectos. Primeiro, nós temos que estar muito atentos não só em quem vem jogando, mas como em quem tem atuado menos. Esses atletas vão precisar entrar, porque a congestão de jogos é maior. Eles têm que estar preparados para serem utilizados, na intensidade e na carga. O processo de recuperação muscular é fundamental, porque o intervalo entre os jogos é muito curto. Então a gente precisou aprimorar as técnicas de recuperação e a análise dos jogadores. Essa integração entre os departamentos é fundamental. Após os jogos, a gente analisa cada caso e, se necessário, já sinaliza à comissão técnica e ao departamento médico”, disse Juliano.
Anos com mais jogos do Fluminense:
1- 2002 (85 jogos)
2- 2021 (80 jogos)
3- 1975 e 2005 (77 jogos)
4- 1960 (76 jogos)
5- 2017 (75 jogos)
6- 1978 e 2009 (74 jogos)
7- 1992 e 2003 (72 jogos)
8- 1976 e 2008 (71 jogos)
9- 1979 (70 jogos)
10- 1959 (69 jogos)
Fotos: Lucas Merçon/FFC
Texto: Comunicação/FFC