Com o anúncio de filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Partido Liberal (PL), a aliança com o Centrão, bloco de partidos de centro e centro-direita, completa mais um ciclo. Depois de um ano de negociações, Bolsonaro vinha dizendo que três partidos estavam em sua bolsa de apostas: PP, PL e Republicanos, a tríade do Centrão.
A escolha pelo PL ocorreu após ameaças do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, de deixar a base aliada, caso o presidente não se filiasse à sigla. Costa Neto chegou a ser procurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de definir a filiação de Bolsonaro. O acordo contempla a participação do Progressistas (PP) e do Republicanos na coligação bolsonarista em 2022.
Por um lado, ao PP deve ser assegurado o direito de indicar o vice da chapa e apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Câmara dos Deputados em 2023 — considerando que ele seja reeleito deputado federal. O Republicanos deve abocanhar importantes ministérios em uma eventual segunda gestão Bolsonaro.
Os três partidos vão garantir a Bolsonaro uma campanha diferente daquela de 2018, que o próprio já reconheceu como atípica e com poucas chances de se repetir. Desta vez, não mais podendo se vender como um outsider da política e para fazer frente a Lula, Bolsonaro contará com tempo de rádio e TV, verba pública, bancadas grandes, palanques nos estados e apoio de políticos tradicionais.
Além de Costa Neto, também são esperados os apoios dos caciques do PP, Ciro Nogueira, que é o atual ministro da Casa Civil, e do Republicanos, Marcos Pereira, deputado federal.
Por Metropoles / Arte sobre a foto de Rafaela Feliccini