Levantamento do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) confirmou a demanda da sociedade por soluções que respeitem e preservem o meio ambiente. O estudo revelou que 76,1% dos habitantes do estado do Rio de Janeiro levam em consideração a preservação do meio ambiente em suas atitudes, um aumento de 12,9 pontos percentuais em relação ao levantamento efetuado em 2019.
Ainda conforme o levantamento, 42,8% estão dispostos a pagar um valor maior por produtos ambientalmente adequados. O estudo foi realizado em outubro, com 243 cidadãos fluminenses.
A questão das mudanças climáticas também foi abordada pela pesquisa e revelou que 65,4% dos fluminenses consideram que elas estão associadas às suas ações rotineiras; 22% não consideram que estão associadas; e outros 12,3% não souberam informar.
A pesquisa serviu de base para o lançamento hoje (8) do Instituto Fecomércio de Sustentabilidade (IFeS), o primeiro instituto desse porte ligado a uma Federação do Comércio no país, no caso a Fecomércio RJ.
Um dos objetivos principais do IFeS é estabelecer uma alternativa segura na implantação de programas que atuam no desenvolvimento do empreendedorismo social e ambiental, como elemento de promoção do crescimento humano, empresarial e das instituições, de modo a otimizar as práticas sustentáveis presentes na relação entre empresários e consumidores do comércio de bens, serviços e turismo fluminense.
Melhoria dos negócios
O presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, salientou que o IFeS contribuirá para um futuro melhor e mais sustentável para todos os cidadãos fluminenses. “Entre os diversos benefícios que o Instituto Fecomércio de Sustentabilidade proporcionará à economia do Rio de Janeiro, destaco a melhoria no ambiente de negócios, a meta do Plástico Zero (100% reciclado até 2030) e o aumento da adesão de todo setor empresarial”.
A meta é tornar esse projeto modelo para outras federações do Brasil, disse Queiroz Junior. “A sustentabilidade caminha na mesma direção e em paralelo ao desenvolvimento econômico, garantindo a manutenção do negócio alinhado às leis vigentes e às expectativas do consumidor, cada vez mais exigente com os comportamentos éticos e sustentáveis apresentados pelas empresas”, afirmou.
Pioneiro nesse segmento, o IFeS dará início a diversas iniciativas e propõe uma série de benefícios à sociedade, como geração de emprego e renda, orientação ao comércio local, apoio às cooperativas de catadores, preservação dos recursos naturais, entre outros.
Durante o lançamento foi apresentado o primeiro projeto piloto do IFeS, que é o programa RePET. Trata-se de uma máquina de coleta automatizada, construída especificamente para o descarte de garrafas pet e suas tampinhas plásticas. A iniciativa tem como base a logística reversa pós-consumo, processo que consiste na coleta e encaminhamento à reciclagem (ou outra destinação adequada) de produtos e seus resíduos após o descarte do consumidor final.
Nessa primeira fase, todos os colaboradores do Sistema Fecomércio RJ poderão depositar as garrafas na máquina modelo, que ficará instalada na sede da Fecomércio RJ, no bairro do Flamengo, zona sul da cidade. A população também poderá fazer o descarte no formato “Doador anônimo”, mas seus benefícios serão indiretos. O projeto fundamenta-se em três pilares: operação, rastreabilidade e comprovação legal e interação com o consumidor.
Premiação
As garrafas serão encaminhadas gratuitamente às cooperativas de catadores cadastradas no sistema, para serem comercializadas com a indústria da reciclagem de resíduos. A doação das garrafas resultará em premiações para os colaboradores, que poderão ganhar benefícios do Sistema Comércio, como hospedagens nos hotéis Sesc RJ, descontos em cursos do Senac RJ, entre outros.
Além das garrafas plásticas, serão arrecadadas as tampinhas plásticas, que vão ser destinadas aos projetos “Rodando com Tampinhas” e “Pet Solidário”. Ao longo do processo serão gerados relatórios detalhando a ‘performance’ do impacto gerado pelo projeto. O Sistema Fecomércio RJ fará o acompanhamento em tempo real dos volumes resgatados e dos indicadores de sustentabilidade atrelados à ação.
O diretor do IFeS, Vinícius Crespo, ressaltou que o setor privado “tem um papel essencial no processo de amadurecimento das práticas de sustentabilidade, pois tem a agilidade necessária para impulsionar as inovações e tecnologias e, ainda, atuar como influenciador e engajador dos mais diversos públicos – governos, fornecedores, colaboradores e consumidores”.
Edição: Bruna Saniele
Fonte: Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Crédito de imagem: © Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil