Uma preocupação recorrente no que diz respeito à segurança pública é a presença de moradores de rua. Especialistas e representantes de movimentos sociais afirmam que a população em situação de rua aumentou durante a pandemia e o reflexo disso, dentre outros fatores, é a violência e a perturbação do sossego.
Em Sorriso, o aumento no número de moradores de rua tem causado transtornos e insegurança à população. As constantes abordagens de pedintes a quem passa por ruas, praças e avenidas da cidade muitas vezes vêm acompanhada de ameaça ou violência. Na noite do último domingo (02), o corpo de bombeiros e a Polícia Militar foram acionados para atender a uma tentativa de homicídio que aconteceu no centro da cidade, em que um morador de rua esfaqueou um homem.
Esta demanda está sendo pauta de reuniões nesta semana entre a Prefeitura e as forças de segurança, no sentido de criar uma força-tarefa para intensificar as abordagens às pessoas em situação de rua, principalmente em pontos de maior circulação deles, como a Rodoviária Municipal e a Praça da Juventude. Ontem (04) os secretários de Assistência Social, Jucélia Ferro; de Segurança Pública, Trânsito e Defesa Civil, José Carlos Moura; e de Governo, Hilton Polesello estiveram reunidos com o prefeito Ari Lafin para debater o assunto. Agora pela manhã (05), o tema foi tratado com o Major Inácio, da Polícia Militar e o delegado de Polícia Civil, Márcio Henrique Almeida Portela.
“Esse é um assunto delicado e precisamos saber como lidar. São seres humanos e devemos ter tato e empatia, porém precisamos amenizar essa situação que está tirando o sossego da população”, disse o prefeito.
Além de solicitar que sejam intensificadas as abordagens, Ari autorizou a destinação de mais recursos para reforçar o policiamento nas ruas de Sorriso, por meio da jornada delegada de policiais.
“Sabemos que o que leva, muitas vezes, as pessoas à situação de moradores de rua são problemas de saúde mental, dependência química e o alcoolismo. Mas, muitos se aproveitam dessa situação para cometerem crimes e perturbar quem anda pela cidade. Faremos abordagens conjuntas na busca de ajudar essas pessoas, através dos programas que a Prefeitura oferece e, consequentemente, deixar a população mais tranquila”.
Acolhida especializada
A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) realiza o trabalho de acolhimento e direcionamento da população que reside nas ruas. A abordagem social às pessoas em situação de rua é feita todos os dias pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O trabalho reforça a campanha “Não dê esmola, dê cidadania”, lançada pela pasta em 2018.
Durante as abordagens, os moradores de rua são sensibilizados a aderirem ao serviço de acolhimento provisório ou então receberem auxílio no retorno ao mercado de trabalho ou à sua família ou cidade de origem. Cabe ressaltar que nestas abordagens os profissionais não podem obrigar a pessoa em situação de rua a aderir ao serviço ofertado. Porém, a equipe realiza um acolhimento humanizado na tentativa de tirá-las das ruas, mas a resistência é forte por parte desta população. A secretária Jucélia reforça que os munícipes têm um papel importante nesse processo, não dando esmolas às pessoas em situação de rua e sim encaminhando ao CREAS.
“É claro que, quando vemos uma pessoa nessa situação sentimos compaixão e acabamos ajudando. Porém, dando esmolas e não encaminhando a um serviço especializado, impedimos que essas pessoas saiam da situação de rua e passem a ter uma vida digna”, explica. “Estaremos intensificando as ações no sentido de garantir a segurança e bem-estar de todos, porém precisamos do apoio da população, não dando esmolas e denunciando os casos de perturbações para que as forças de segurança possam tomar as providências cabíveis” reforça a gestora.
Autor: Fabiola Ost
Crédito de imagem: Decom