Foi um dia de comemoração para o bobsled do Brasil nos Jogos Olímpicos Pequim
2022. Além do aniversário de Erick Vianna, que completou 29 anos neste sábado,
19, o quarteto conseguiu um feito inédito: terminou tanto a primeira, quanto a segunda
no top-20. Na primeira, marcou 59.49, o 20º tempo entre 28 trenós. Na segunda
bateria, conseguiram ir além: 16º melhor tempo com 59.60. Essas são as
duas melhores colocações do Brasil nas baterias que
disputou nos cinco Jogos Olímpicos em que esteve representado no bobsled.
“Graças a Deus, é a primeira vez que a gente fica em top-20. Isso é importante,
fomos privilegiados de ser o primeiro a descer e aproveitamos essa oportunidade
da melhor forma possível. Puxamos forte lá em cima, mas na primeira descida
tive alguns errinhos em algumas curvas. Mas consegui corrigir na segunda. A gente
sabe que pode mais. O time está pronto, está preparado e quer ir forte para
amanhã”, disse o piloto Edson Bindilatti, se referindo à terceira descida que o
trenó fará neste sábado, 19, a partir das 22h30 (horário de Brasília).
O país esteve representado na modalidade em cinco Jogos Olímpicos: 27º em Salt
Lake 2002; 25º em Turim 2006; 28º em Sochi 2014; e 23º em Pyeongchang 2018, o
melhor desempenho em termos de posição final até o momento. Em Pequim 2022, a
largada foi, realmente, o ponto forte do Brasil.
“Foram dois pushs bons. Durante a temporada, estávamos tendo problema de fazer a
segunda larga melhor que a primeira. Nosso objetivo aqui era esse, melhorar
cada vez mais. No primeiro, deu 5.06, um pouco alto, talvez pela de tensão de sermos
o primeiro a descer. No segundo, já entramos mais tranquilos, deu 5.0. Isso
mostra que a gente está bem preparado, no auge da forma física e mental também”,
comentou Erick Vianna. Esse tempo de largada foi o 12º melhor da segunda
bateria entre os 28 trenós.
Para chegar à final em Pequim 2022, os brasileiros, comandados pelo técnico
Bryan Berghorn, precisam ficar entre os 20 melhores. A expectativa para
terceira descida é conseguir melhorar alguns pequenos detalhes e garantir a
inédita quarta descida para o bobsled do Brasil.
“Queremos correr o mais rápido possível, buscar fazer abaixo de cinco segundos
no push. Chegou bem perto na segunda descida. Já falei com o (Edson) Martins e
com o Rafael (Souza) de fazer 4.95, 4.96. A terceira descida vai ser a mais
importante das nossas vidas”, contou Erick.
O palco da modalidade neste Jogos Olímpicos é o Centro de Nacional de Esportes
de Pista, em Yanqing. O bobsled é considerado a Fórmula 1 dos esportes de
inverno porque o carrinho com quatro integrantes pode ultrapassar 150km/h. A terceira
bateria em Pequim 2022 será importante para os atletas e torcedores do Brasil,
mas especialmente para Bindilatti, porque pode ser a última na vida dele como
atleta olímpico.
“Agora é trabalhar nas lâminas novamente e fazer todo o processo de polimento.
Depois é descansar que nem descansamos ontem, e vir como se fosse a última
descida da vida. Para mim, a da carreira. A emoção já é gigantesca de estar no
top 20 nas primeiras descidas. É indescritível, parece que tudo vale a pena:
todos os esforços, toda a dedicação e treinamento. Independentemente de
qualquer coisa, o que a gente fez até agora foi uma coisa histórica para o
bobsled do Brasil”, completou.
Pequim 2022 é a nona participação brasileira em Jogos de Inverno, iniciada em
Albertville 1992. Até esta edição, 35 atletas do Brasil, dez mulheres, em oito
esportes (esqui alpino, bobsled, esqui cross-country, luge, snowboard, biatlo,
esqui estilo livre e patinação artística), participaram da competição.
Fonte: Redação com Inf. COB
Wander Roberto/ANOC