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Treinos mostram nível da dificuldade que esqui cross-country terá em Pequim 2022

Não está fácil para ninguém. O termômetro marcava -16° quando Manex Silva, do esqui cross-country, entrou na pista para um dos últimos
treinamentos antes de sua estreia em Pequim 2022 no próximo dia 06. Pra
completar, a sensação térmica era bem mais baixa, 
de -24°, no Cento Nacional de Esqui
Cross-country, em Zhangjiakou, porque ventava bastante. As condições são as mesmas
que os atletas vem enfrentando desde o primeiro treino, no dia 30. Mesmo para
quem está acostumado, a preparação não tem sido fácil.

“Os treinos foram duros, mas não pela atividade em si, pela pista mesmo. É um
circuito muito duro, muito mesmo. A temperatura é muito baixa e, normalmente,
tem muito vento. A neve é artificial e, por isso, a neve é mais pesada e mais
dura para esquiar”, comentou Manex.

“A pista é bem alta também, acima de 1700m, o que faz a pista mais
dura ainda. Eu acho que ainda não me adaptei muito bem nesse tipo de percurso
porque é bem diferente de qualquer outro lugar onde já esquiei”, completou o
atleta de 19 anos.

A temperatura não foi o maior problema para Jaqueline Mourão, que estava
treinando numa temperatura semelhante no Canadá, onde mora. O que mais chamou a
atenção da atleta, que chega à sua quinta edição de Jogos Olímpicos de Inverno,
foi o desnível do circuito, com uma altimetria bastante ampla, com muitas
subidas e descidas, o que exige muito dos atletas.

“É um circuito digno de Jogos Olímpicos mesmo, muito exigente. Foi importante
chegar cedo, tivemos já sete dias de treino, principalmente, para se aclimatar
à altitude e ao fuso. Já fiz um simulado de prova de 5km para me habituar com
as curvas, para chegar forte nas descidas e também sentir como meu corpo vai reagir
no percurso nessa altitude. Como são duas voltas, vamos ter que saber como
dosar para chegar bem”, disse Mourão, que irá disputar a inédita prova de
Sprint por equipes ao lado de Eduarda Ribera, de 17 anos. A experiência de
outros quatro Jogos Olímpicos de Jaqueline tem sido importante para ajudar a
estreante.

“A Jaqueline me ajudou muito. Com a experiência dela, a gente conseguiu
planejar os treinos que estão bem intensos, mas têm sido legais. Aqui é muito
alto, tem sido um pouco difícil porque nos primeiros dias tive que me adaptar
ao fuso e à altitude. Está sendo um bom teste para mim que vou estrear,
principalmente para o coração. Está sendo uma experiência muito boa”, disse Eduarda.

Nesta sexta, Jaqueline teve um day off, já que vai conduzir a bandeira do
Brasil na Cerimônia de Abertura. A atleta planeja ainda, ao lado de Duda, mais
algumas atividades intensas até a estreia das duas no próximo dia 08, na prova
de Sprint individual. E alertou para uma outra questão importante: a neve
artificial irá exigir um planejamento ainda mais detalhado do tipo de esqui.

“Agora são mais alguns treinos para abrir o motor. O Sprint vai exigir muito
fisicamente, se comparado com as outras pistas que competi nos Jogos Olímpicos.
O gelo gruda muito e acaba tirando a cera muito rápido, gerando mais resistência
e exigindo mais força dos atletas. Nós estamos testando vários tipos diferentes
de esqui para escolher o melhor para o momento. Na prova de 50km, os atletas
vão poder trocar de esqui algumas vezes. Vai ser uma prova também de estratégia
com pit stop, estilo Fórmula 1”, completou.

Fonte: Redação com Inf. COB
Alexandre Castello Branco/COB

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