Lideranças do Podemos reagiram à decisão de Sergio Moro de deixar o partido e se filiar ao União Brasil, nesta quinta-feira (31). Nos bastidores, dirigentes do Podemos investem no discurso de que o ex-juiz “traiu” a sigla.
Como a coluna antecipou na manhã desta quinta, Moro decidiu migrar para o União Brasil após senadores do Podemos o pressionarem a mudar seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo.
O temor dos senadores era de que, ao manter seu título no Paraná, o ex-juiz decidisse disputar o Senado pelo estado e, com isso, inviabilizasse a reeleição do senador paranaense Alvaro Dias, líder do Podemos na Casa.
Moro então retomou negociações e fechou com o União Brasil. Isso mesmo após lideranças do novo partido deixarem claro que só o aceitariam caso ele seja candidato à Câmara dos Deputados ou no Senado por São Paulo.
A filiação foi negociada pelo advogado Luis Felipe Cunha, braço direito de Moro, durante uma reunião dele com o deputado federal Júnior Bozzella (União Brasil), na tarde dessa quarta-feira (30/3), em Brasília.
Após o acerto, Bozzella e Cunha viajaram na manhã desta quinta a São Paulo para encontrar o ex-juiz. A ficha de filiação foi assinada por Moro durante uma reunião em um hotel na capital paulista.
“O Moro traiu o Podemos. Por que ele não aceitou ser deputado pelo nosso partido e topou pelo União? Só pode ser por dinheiro (o União tem o maior fundo eleitoral entre os partidos)”, afirmou à coluna uma liderança do Podemos.
No partido, há parlamentares que defendem até mesmo que o União Brasil ressarça o Podemos pelos gastos que a legenda teve até agora com a pré-campanha do ex-juiz ao Palácio do Planalto.
Por Metrópoles