Trabalho coletivo. Ações preventivas. Foco em evitar incêndios. Esta terça-feira (10 de maio) foi marcada por mais um momento de “juntos somos mais fortes”. Desta vez, a Prefeitura buscou, junto a empresas loteadoras, apoio para evitar incêndios urbanos neste período em que a seca começa a se firmar e o risco de o fogo e a fumaça tomarem conta da paisagem fica maior.
Muitas vezes, o terreno comprado para “construir mais para frente” ou “deixar valorizar para vender” acaba se tornando foco potencial de incêndios na seca e foco potencial de dengue na chuva. “Este é um momento para estreitarmos laços, conversamos com os loteadores e pedirmos apoio a eles para que mantenham limpas as áreas ainda não comercializadas, e ainda que mantenham contato com os clientes no sentido de lembrar sobre a necessidade de manter igualmente limpos os terrenos já negociados”, contextualiza o prefeito de Sorriso, Ari Lafin.
“Momentos assim são muito importantes, pois trazem clareza ao papel de cada um neste processo”, destaca o empreendedor Marcos Calza. Presente à reunião, o vereador Zé da Pantanal também destacou que a ação proativa de lembrar os proprietários sobre a importância de cada um contribuir na limpeza traz ganhos a todos os envolvidos no processo.
Multas
Manter a área com mato alto, além de comprometer a saúde e a segurança dos vizinhos pode também doer no bolso. A multa por deixar o terreno sujo varia de acordo o tamanho da área (5 a 60 VRFs, ou R$ 481,50 a R$ 5.778,00). Além da multa, a Prefeitura faz a limpeza e cobra, do proprietário, a taxa de limpeza. Assim como a multa,o valor também varia em função do tamanho do terreno, conforme prevê a Lei Complementar 277/2018. Caso o terreno venha a sofrer algum tipo de queimada, a multa mínima é de R$ 5 mil.
Segundo o coordenador do Núcleo Integrado de Fiscalização (NIF), Reinaldo Nunes, somente neste ano, mais de 6 mil multas já foram aplicadas.
Prevenção
O trabalho para que o período da seca seja livre de incêndios é feito em várias frentes. À medida que cabe ao secretário da Cidade, Ednilson Oliveira, manter o contato mais direto com os loteadores, em outra frente, ou célula, como definiu Ari, o secretário de Agricultura e Meio Ambiente (Sama), fala aos produtores rurais. É Marcelo Lincoln, inclusive que preside o Comitê Integrado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Urbanos, oficialmente criado no ano passado.
E informação pode sim evitar o problema. Foi por meio do diálogo que uma solução foi dada a um problema antigo: focos de incêndio às margens da BR-163. “Conversando com representantes da Rota do Oeste e do Sindicato Rural em uma reunião do Comitê, foi informado até onde a concessionária pode limpar as beiradas da estrada e onde os produtores podem atuar, evitando assim o fogo”, comentou Ari.
Na retaguarda de todo este trabalho, atuam as secretarias de Segurança Pública, Trânsito e Defesa Civil (Semsep), e de Obras e Serviços Públicos (Semosp), sempre ali do ladinho do Corpo de Bombeiros Militar. E se engana quem pensa que o trabalho só começa no “onde tem fumaça tem fogo”.
Mutirões de limpeza
A exemplo do que também foi feito no ano passado, já teve início na semana passada o cronograma de mutirões de limpeza de áreas urbanas que podem vir a servir de combustível para o fogo. O trabalho é feito em áreas públicas por equipes da Coordenação de Proteção e Defesa Civil (Compdec), da Semosp e também por reeducandos, por meio do Projeto “Mão Amiga”.
Reforço no combate
Caso não seja possível evitar os incêndios, a exemplo do que ocorreu na semana passada, na região Norte do Município, a rede de suporte para ocorrências desta natureza foi reforçada. Se em 2021, a Prefeitura contava com um caminhão-pipa para ajudar o Corpo de Bombeiros neste trabalho, o processo de renovação do parque de máquinas resultou na aquisição de mais três veículos para armazenar água e ajudar neste trabalho.
Autor: Nádia Mastella
Crédito de imagem: Ney Pinheiro