Movimento contra resultado das eleições prepara ‘mega manifestação’ para esta terça-feira (15)

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Foto: Celso Meirelles / Leiagora

As manifestações contrárias ao resultado da eleição presidencial seguem nas frentes dos quartéis em todo o país. Em Mato Grosso, a concentração maior é em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada. Porém, uma boa parte dos caminhoneiros e dos apoiadores do movimento seguiram viagem para Brasília.

Na capital federal, somente neste fim de semana chegaram mais de 200 caminhões, mas já são cerca de 1600 veículos estacionados no setor militar que foi organizado pelo Comando Militar do Planalto que cedeu um descampado para ser usado como estacionamento. A movimentação foi se intensificando durante a semana para a “mega manifestação” prevista para este dia 15 de Novembro, feriado da Proclamação da República.

O público concentra esforços para garantir que a Justiça Eleitoral libere o código fonte das urnas, isto porque, apesar de o relatório elaborado pelo Ministério da Defesa não ter apontado fraude, em nota, o órgão destacou que também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022.

O movimento aguarda a chegada de caravanas de vários pontos do Brasil. De Mato Grosso seguiram para Brasília, caminhoneiros, produtores rurais e empresários de várias cidades, como Cuiabá, Sinop, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste. Ônibus foram fretados para seguir viagem com os apoiadores do movimento e insatisfeitos com o resultado das eleições. Algumas lideranças políticas também são esperadas.

O prefeito de Tapurah (429 km de Cuiabá), Carlos Alberto Capeletti (PSD), é um dos que que já está acampado na capital federal para participar do ato programado para este 15 de Novembro, data da Proclamação da República. O socialdemocrata relata ter se encontrado com o candidato a vice-presidente da República derrotado na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro (PL), General Walter Braga Netto, e o militar teria afirmado que “o Brasil vai ter uma boa notícia nesta semana”, mas que deve ser anunciada somente no final da semana.

“Estamos aqui em Brasília no acampamento, hoje dia 14, aconteceu uma coisa muito inusitada com nós. Na saída do mercado Carrefour encontramos o general Braga Netto que veio ao nosso encontro, e nos tranquilizou dizendo que não é para nos preocupar que algo muito bom vai acontecer para o Brasil ainda nesta semana. Estava com um semblante muito bom, uma pessoa acessível e muito boa gente”, disse.

O movimento foi iniciado no dia 30 de outubro assim que foi anunciado o resultado das eleições e confirmada a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda durante a noite, os manifestantes iniciaram um movimento para bloquear as rodovias. Após decisão judicial determinando a retirada do grupo e de um pedido do próprio presidente Jair Bolsonaro, o movimento migrou para frente dos quarteis. Aqui, ficou concentrado em frente à 13ª Brigada, na Avenida do CPA.

No dia 5 de novembro, a capital mato-grossense recebeu os manifestantes do interior que se aglomeraram também em frente ao Exército, onde montaram acampamento com várias tendas e se mantiveram firmes até quarta-feira (9), quando foi divulgado o relatório do Ministério da Defesa, momento em que o grupo resolveu seguir para Brasília para pressionar à Justiça Eleitoral entregar o código fonte. Tudo isso porque, em nota, o órgão alegou que houve “possível risco à segurança na geração dos programas das urnas eletrônicas devido à ocorrência de acesso dos computadores à rede do TSE durante a compilação do código-fonte”.

Além disso, os militares alegaram que os testes de funcionalidade das urnas (Teste de Integridade e Projeto-Piloto com Biometria), da forma como foram realizados, não foram suficientes para afastar a possibilidade da influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação e ainda disseram ter havia restrições “ao acesso adequado dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros, inviabilizando o completo entendimento da execução do código, que abrange mais de 17 milhões de linhas de programação”.

Com a ida de uma boa parte dos manifestantes para Brasília, o movimento em Cuiabá sofreu uma redução, mas a expectativa é de que nesta terça-feira (15), o grupo deva receber novos apoiadores para reforçar a manifestação na capital, inclusive, de populares que também são contrários ao resultado das eleições.

Da Redação – Alline Marques / De Brasília – Ângelo Nascimento