Petrolíferas devem pagar por mudanças climáticas, dizem países pobres

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Líderes de países pobres criticaram governos de nações ricas e empresas petrolíferas por impulsionarem o aquecimento global. Eles usaram seus discursos nesta terça-feira (8), na Conferência do Clima (COP27) no Egito, para exigir que eles países ricos paguem pelos danos causados às suas economias.

Pequenos Estados insulares, já atingidos por tempestades oceânicas cada vez mais violentas e aumento do nível do mar, pediram às companhias petrolíferas que desembolsem alguns de seus enormes lucros recentes, enquanto os Estados africanos em desenvolvimento pediram mais fundos internacionais.

“A indústria de petróleo e gás continua a ganhar quase US$ 3 bilhões diariamente em lucros”, disse Gaston Browne, primeiro-ministro de Antígua, ao falar na conferência em nome da Aliança dos Pequenos Estados Insulares.

“Já está na hora de essas empresas pagarem um imposto global de carbono sobre seus lucros como fonte de financiamento para perdas e danos”, afirmou. “Enquanto eles estão lucrando, o planeta está queimando.”

Os comentários mostraram a tensão nas negociações internacionais sobre o clima entre países ricos e pobres. Os delegados participaram do segundo dia completo da conferência de duas semanas na cidade litorânea de Sharm el-Sheikh.

O presidente do Senegal, Macky Sall, disse que os países pobres em desenvolvimento da África precisam de mais financiamento para adaptação ao agravamento das mudanças climáticas e resistiram aos pedidos de mudança imediata dos combustíveis fósseis, que poderiam prejudicar seu crescimento econômico.

“Sejamos claros, somos a favor da redução das emissões de gases de efeito estufa. Mas nós, africanos, não podemos aceitar que nossos interesses vitais sejam ignorados”.

Dezenas de outros chefes de Estado e de governo falam nesta terça-feira, mas muitos dos maiores poluidores do mundo, incluindo Estados Unidos, China e Índia, não estão na programação.

 

Fonte: William James, Richard Valdmanis e Dominic Evans – Repórteres da Reuters* – Sharm El-Sheikh (Egito)