A Rússia lançou mais ataques com mísseis contra a infraestrutura de energia da Ucrânia nesta quinta-feira (17). Suas forças pressionaram ataques no Leste ucraniano, reforçadas por tropas retiradas da cidade de Kherson, no Sul, que Kiev recapturou na semana passada.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Polônia concluíram que o míssil que caiu na Polônia na terça-feira (15), matando duas pessoas, foi provavelmente um disparo das defesas aéreas da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, contestou essa visão em raro desacordo público com seus aliados ocidentais.
Conforme começou a cair neve em Kiev, as autoridades disseram que estavam trabalhando duro para restaurar a energia em todo o país, depois que a Rússia desencadeou, no início desta semana, o que a Ucrânia disse ser o bombardeio mais pesado de infraestrutura civil da guerra, de nove meses.
Explosões foram ouvidas novamente na manhã de hoje em várias partes da Ucrânia, incluindo a cidade portuária de Odessa, no Sul, a capital Kiev e a cidade central de Dnipro.
Autoridades locais afirmaram que duas pessoas morreram em um ataque com mísseis durante a noite na região sul de Zaporhizhzhia, três ficaram feridas em um ataque na cidade de Kharkiv, no Nordeste do país, e três ficaram feridas em Odessa.
“Mísseis estão sobrevoando Kiev neste momento”, disse o primeiro-ministro Denys Shmyhal, segundo a agência de notícias Interfax Ucrânia. “Agora, eles estão bombardeando nossa produção de gás, nossas empresas em Dnipro e Yuzhmash (fábrica de mísseis)”.
A empresa estatal de energia Naftogaz confirmou que as instalações de produção de gás no Leste da Ucrânia foram danificadas ou destruídas.
O escritório humanitário das Nações Unidas (Ocha) alertou para grave crise humanitária na Ucrânia neste inverno.
“Milhões estão enfrentando constantes cortes de energia, e a falta de energia também está afetando o bombeamento de água”, afirmou em comunicado.
Em nota mais otimista, o Ministério da infraestrutura da Ucrânia disse que foi alcançado acordo para estender por 120 dias um acordo que permite a exportação de alimentos e fertilizantes dos portos ucranianos do Mar Negro, por meio de um corredor de trânsito marítimo protegido.
A iniciativa de grãos do Mar Negro, acordada pela primeira vez em julho, ajudou a aliviar a escassez global de alimentos e o secretário-geral da ONU, António Guterres, comemorou o anúncio desta quinta-feira.
Fonte: Dan Peleschuk e Max Hunder – Repórteres da Reuters* – Kiev