A Ucrânia acusou a Rússia nesta segunda-feira de saquear casas vazias na cidade de Kherson, no sul do país, e ocupá-las com tropas em trajes civis para se preparar para combates de rua no que ambos os lados preveem ser uma das batalhas mais importantes da guerra.
Nos últimos dias, a Rússia ordenou que civis saíssem de Kherson em antecipação a um ataque ucraniano para recapturar a cidade, a única capital regional que Moscou conquistou desde sua invasão em fevereiro.
Kherson, com uma população pré-guerra de quase 300.000 habitantes, ficou fria e escura depois que a energia e a água foram cortadas na área circundante nas últimas 48 horas, disseram ambos os lados.
Autoridades instaladas pela Rússia culparam a sabotagem ucraniana e disseram que estavam trabalhando para restaurar a eletricidade. Autoridades ucranianas disseram que os russos desmantelaram 1,5 km de linhas de energia, e a eletricidade provavelmente não vi retornar até que as forças ucranianas recapturem a área.
Kiev descreveu a retirada de moradores da área como uma deportação forçada, um crime de guerra. Moscou diz que está mandando moradores embora por segurança.
A cidade fica no único bolsão de território russo na margem oeste do rio Dnipro que corta a Ucrânia. Recapturá-la tem sido o foco principal da contraofensiva da Ucrânia no sul, que se acelerou desde o início de outubro.
A situação dentro de Kherson não pôde ser confirmada de forma independente. Forças ucranianas na linha de frente próxima disseram à Reuters nos últimos dias que esperam uma luta amarga contra as tropas russas, que não podem controlar a cidade, mas estão determinadas a cobrar um preço de sangue antes de serem forçadas a sair.
“Enquanto os moradores de Kherson estão sendo deportados à força de suas casas, com essa conversa de ‘retirada’, militares e oficiais do FSB estão fazendo o que mais amam – roubando as casas”, tuitou o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak nesta segunda-feira. “Roubo daqueles a quem eles vieram ‘proteger’ – a melhor ilustração do ‘mundo russo'”.
Fonte: Tom Balmforth – Repórter da Reuters – Kiev