Equipes de resgate permanecem nos escombros de Turquia e Síria

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© Reuters/Stoyan Nenov/Direitos Reservados

Equipes de resgate na Turquia retiraram mais pessoas dos escombros neste sábado (11), cinco dias após o terremoto mais devastador do país desde 1939, mas as esperanças de que mais sobreviventes serão encontrados na Turquia e na Síria estão diminuindo.

Em Kahramanmaras, perto do epicentro do terremoto no sul da Turquia, havia menos operações de resgate visíveis entre os montes de concreto esmagados de casas e prédios caídos, enquanto cada vez mais caminhões seguiam pelas ruas levando o entulho embora.

O número de mortos continuou crescendo — ultrapassando 25.250 no sul da Turquia e no noroeste da Síria. O presidente turco, Tayyip Erdogan, diante de questionamentos sobre o planejamento e o tempo de resposta ao terremoto, reconheceu que as autoridades deveriam ter reagido mais rapidamente.

Erdogan prometeu começar a trabalhar na reconstrução das cidades “dentro de semanas”, dizendo que centenas de milhares de prédios agora estão inabitáveis, enquanto emite alertas severos contra qualquer pessoa envolvida em roubos na zona do terremoto.

Na cidade turca de Antáquia, vários moradores e equipes de resgate disseram ter visto saques.

No enclave rebelde do noroeste da Síria, que sofreu o pior dano do país devido ao terremoto, mas onde os esforços de socorro são dificultados pela guerra civil de mais de uma década, muito pouca ajuda entrou, apesar da promessa de Damasco de melhorar o acesso.

Em Antáquia, sacos de corpos estavam espalhados pelas ruas da cidade e os moradores usavam máscaras para tentar disfarçar o cheiro de morte. Pessoas comuns se juntaram ao esforço de resgate, trabalhando sem coordenação oficial, disse uma fonte que não quis se identificar.

“Há caos, escombros e corpos por toda parte”, disse ele. Seu grupo trabalhou durante a noite tentando alcançar uma professora universitária que os chamava de dentro dos escombros. Mas pela manhã ela parou de os responder, disse ele.

Em um prédio em Kahramanmaras, os trabalhadores de resgate cavaram entre as lajes de concreto para alcançar uma menina de cinco anos, erguendo-a em uma maca, enrolada em papel alumínio, e cantando “Deus é grande”.

Eles disseram acreditar que mais dois sobreviventes estavam agarrados sob a mesma pilha de escombros.

Mas, embora várias outras pessoas tenham sido salvas dos escombros neste sábado, incluindo Arda Can Ovan, de 13 anos, poucos esforços de resgate agora resultam em sucesso. Uma mulher resgatada na sexta-feira em Kirikhan, na Turquia, morreu neste sábado no hospital.

O perigo em tais operações ficou evidente em um vídeo filmado em Hatay na Turquia, mostrando um prédio parcialmente desabado de repente escorregando e soterrando um socorrista em uma avalanche de destroços antes que seus colegas pudessem retirá-lo.

Cerca de 80.000 pessoas estavam sendo tratadas em hospitais, enquanto 1.05 milhão de desabrigados pelos terremotos estavam em abrigos temporários, disse o vice-presidente turco, Fuat Oktay, a repórteres durante a noite.

O terremoto de magnitude 7,8 de segunda-feira, com vários tremores secundários fortes na Turquia e na Síria, é considerado o sétimo desastre natural mais mortal do mundo neste século, aproximando-se dos 31.000 mortos por um terremoto no vizinho Irã em 2003.

Com um número de mortes de 21.848 até agora dentro da Turquia, este é o terremoto mais mortal do país desde 1939. Mais de 3.500 morreram na Síria, onde as contagens de mortos não foram atualizadas desde sexta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou nesta sábado que irá repatriar 17 cidadãos brasileiros e seus familiares que foram afetados pelo terremoto e que procuraram auxílio junto à embaixada em Ancara. A volta esta prevista para este sábado, na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.

“O retorno ao país se dará a bordo da aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira, que levou para a Turquia, na madrugada de quinta-feira, missão multidisciplinar humanitária organizada pelo governo federal”, disse o Itamaraty.

 

Fonte: Maya Gebeily e Ali Kucukgocmen e Khalil Ashawi – Repórteres da Reuters * – Antáquia (Turquia)/Jandaris (Síria)
Crédito de imagem: © Reuters/Stoyan Nenov/Direitos Reservados