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Ciclone Freddy já matou 605 pessoas em Moçambique, Malawi e Madagascar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou hoje (23) que o ciclone Freddy matou pelo menos 605 pessoas em Moçambique, Malawi e Madagascar, devendo o número de mortes aumentar, porque 282 pessoas ainda estão desaparecidas.

O balanço foi feito pela diretora da OMS para África, Matshidiso Moeti, durante entrevista online sobre a crise humanitária provocada pelo ciclone Freddy.

Ela informou que o temporal feriu 1,4 milhão pessoas nos três países e destruiu mais de 300 unidades de saúde, “sobrecarregando a capacidade dos sistemas de saúde” dos países afetados.

Escolas, estradas e outras infraestruturas também foram destruídas ou danificadas pelo Freddy, acrescentou.

A diretora disse que uma extensa área de culturas agrícolas ficou inundada, criando o receio de fome nas comunidades afetadas.

No total, segundo ela, quase 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pela passagem do temporal.

“Temos de aumentar a assistência humanitária para ajudar as populações atingidas a lidar com a emergência e a recuperação”, enfatizou.

O ciclone Freddy provocou surtos de cólera nos países atingidos e aumentou casos de malária e de outras doenças preveníveis, afirmou Matshidiso Moeti.

A OMS já disponibilizou US$ 8 milhões para cuidados de saúde e proporcionou formação ao pessoal médico envolvido nas operações de assistência.

A organização também enviou 184 toneladas de material médico e remédios.

Ela observou que o impacto do ciclone foi exacerbado pelos eventos climáticos extremos e agravou a vulnerabilidade das populações.

Freddy já é um dos ciclones de maior duração e trajetória nas últimas décadas, tendo viajado mais de 10 mil quilômetros desde que se formou no Norte da Austrália em 4 de fevereiro e atravessou todo o Oceano Índico até a África Austral.

O ciclone atingiu pela primeira vez a costa oriental de Madagascar em 21 de fevereiro e voltou à ilha em 5 de março.

Em Moçambique, o ciclone, que teve o primeiro impacto em 24 de fevereiro, voltou a tocar a terra há duas semanas.

 

Fonte: RTP* – Maputo

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