A população do Japão relembrou hoje (11) a perda de milhares de vida em um grande terremoto e tsunami, que atingiram as regiões ao longo do litoral do Oceano Pacífico, no nordeste do país, há 12 anos. O desastre desencadeou uma catástrofe nuclear, que ainda continua sem ser resolvida.
As pessoas dedicaram um minuto de silêncio às 14h46, hora exata em que ocorreu o terremoto de magnitude 9 em 11 de março de 2011. O tremor provocou um tsunami de mais de 10 metros de altura. A usina nuclear Fukushima 1 foi tomada pelas águas, e sofreu derretimento triplo de combustível nuclear.
Daigaku Toshihiko, um sobrevivente na cidade de Sendai, província de Miyagi, perdeu cinco parentes: esposa, pais, irmão e sobrinho. O tsunami levou sua casa e a de seus pais. O homem retorna ao local – no dia 11 de cada mês – sempre cheio de lembranças de sua família.
Ele afirmou: “junto as mãos e rezo para que meus familiares que morreram nos protejam. Disse a eles que 12 anos se passaram rapidamente, e que todos estão bem.”
Autoridades afirmam que o total de mortes confirmadas e desaparecidos ultrapassou a marca de 22 mil. O número inclui pessoas que morreram nos anos subsequentes ao desastre, em consequência de problemas de saúde ou causas relacionadas à calamidade. Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas, e mais de 30 mil ainda se encontravam deslocadas no mês passado.
Doze anos depois do desastre, mais de 300 quilômetros quadrados de terra nas proximidades da usina nuclear Fukushima 1 ainda representam uma “zona de difícil retorno”. As pessoas, que esperam voltar a essas áreas, enfrentam um futuro incerto.
Substâncias radioativas
No ano passado, reguladores nucleares afirmaram que a água tratada e diluída da usina será liberada no mar. A água é utilizada para esfriar o combustível fundido. Ela se mistura com a chuva e água subterrânea infiltrada nos prédios de reator danificados.
O governo japonês disse que a maioria das substâncias radioativas foi retirada da água. Apesar de conter trítio, um isótopo radiativo do hidrogênio, sua concentração será reduzida a um sétimo do padrão para água potável, determinado pela Organização Mundial da Saúde.
O descarte no mar está programado para ter início na primavera ou verão japonês. Contudo, a indústria pesqueira local é contra o plano, e pessoas de outros países também têm manifestado preocupação sobre a questão.
Fonte: NHK – emissora pública do Japão – Tóquio