Já começaram a ser adotadas em São Paulo ações conjuntas entre órgãos da União e do Estado para fortalecer a prevenção à influenza aviária de alta patogenicidade. O Brasil não tem registro de casos da doença, também chamada de gripe aviária.
Recentemente, foram confirmados focos em aves silvestres e domésticas em países próximos, como Argentina, Bolívia, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Chile e Equador. No Peru e na Argentina houve registro da doença em criações comerciais de aves de produção.
As ações foram definidas em reunião em fevereiro entre a Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado (SFA-SP) e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do governo estadual. Desde então, as equipes já estão em contato com o setor produtivo para repassar as informações necessárias.
“A reunião tratou de promover um alinhamento institucional entre SFA e CDA em relação às estratégias utilizadas na prevenção da influenza aviária. Rápida comunicação e disponibilização imediata de informações relacionadas ao tema são fundamentais”, disse Fabio Paarman, chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa-SP).
De acordo com ele, os dois órgãos reafirmaram seus compromissos com essa agilidade e colocaram os seus dirigentes e técnicos responsáveis pela área em contato permanente. “Além disso, foram planejadas atividades de conscientização sobre a importância da biosseguridade em granjas para a prevenção da influenza aviária”, afirmou.
Paulo Blandino, médico veterinário e gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola (Pesa), disse que as ações conjuntas entre Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e CDA, no intuito de levar orientações a produtores, veterinários e demais profissionais da área de avicultura, têm como finalidade a atualização do panorama atual da influenza aviária. “Também buscam orientar, de forma educativa, fomentando cuidados com a biosseguridade. As ações são de extrema importância neste momento atual e os resultados obtidos, principalmente com comprometimento dos envolvidos, têm sido muito favoráveis”, afirmou Paulo.
Paulínia e Ribeirão Preto
No dia 2 de março, a auditora fiscal Regina Celia Freitas D’Arce, que atua na Unidade de Campinas da SFA-SP, esteve em uma granja de reprodução em Paulínia junto com Paulo Blandino. Os dois falaram a 26 produtores, extensionistas, sanitaristas e outros técnicos dos municípios de Paulínia, Amparo e Itapetininga. Paulo abordou dados sobre a doença e Regina explicou sobre biosseguridade nas granjas. Anteriormente, o veterinário da CDA já havia feito palestra a produtores de frango de corte da mesma empresa.
Na quarta, dia 8, Paulo participou de um ciclo de palestras sobre zoonoses promovido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SP), em que falou sobre as ações que o Estado vem tomando em relação à influenza aviária. O evento foi on-line.
“Estamos aproveitando todas as oportunidades de contato que surgem para transmitir o recado”, afirmou Regina. No dia 16 pela manhã, ela fará a palestra “Necessidade da vigilância e notificação para epidemiologia de Newcastle e Influenza Aviária” no 20º Congresso de Produção de Ovos e Comercialização de Ovos em Ribeirão Preto.
Segundo ela, São Paulo tem entre 280 e 300 empresas apenas no ramo da reprodução aviária e elas se encontram geograficamente espalhadas pelo Estado. Já as granjas de postura comercial de ovos ficam mais concentradas nas regiões de Bastos e Guatapará. A produção de frango de corte ocorre em polos como Botucatu, Itapetininga e na região central do Estado. O sistema de videoconferência deve ser adotado para facilitar o acesso a esses públicos.
Protocolo
Em caso de suspeita da doença, qualquer cidadão pode fazer a notificação no sistema e-Sisbravet ou procurar a unidade da CDA mais próxima pessoalmente ou por telefone. O técnico fará uma análise inicial em até 12 horas. Caso a suspeita seja procedente, será colhida amostra para envio aos laboratórios oficiais do Mapa.
Também está em vigor desde 2022 o plano de vigilância da influenza aviária, que consiste em busca ativa em galinhas, codornas, patos, marrecos e outras aves. Amostras já foram coletadas em granjas comerciais e neste começo de ano o foco são aves de subsistência em áreas de risco, como rotas de aves migratórias.
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Fonte: Redação com Inf. gov.br
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