O juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, João Bosco Soares da Silva, determinou que o governo Mauro Mendes (União) e os 141 prefeitos do Estado fiquem proibidos de realizar contratação com 9 empresas de saúde, que estão sendo investigada na Operação Espelho, da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Tais empresas possuem contratos de mais de R$ 100 milhões com o Estado.
A determinação ocorreu durante a segunda fase da operação no fim de março, quando foi bloqueado R$ 35 milhões em bens dos investigados.
No despacho encaminhado aos prefeitos, Bosco alega que as investigações e auditorias estão em andamento, e que por isso novos contratos e a suspensão do pagamento para estas empresas são necessárias.
As empresas são suspeitas de participação de um cartel desde o início da pandemia da covid-19 e atuaram com conseguir contratos com o Estado e municípios.
Algumas das empresas possuem os mesmos sócios e administradores, o que aumenta as suspeitas de cartel.
Além da empresa LB Serviços Médicos Ltda, também estão na mira dos investigadores: Intensive Care Serviços Médicos Ltda, Surgery MT, Serviços de Anestesiologia Anestec, Bone Medicina Especializada, Curat Serviços Médicos Especializados Ltda, Gonçalves Preza Serviços, Samir Yoshio Matsumoto Bissi Eireli-ME e Medtrauma Centro Especializado em Ortopedia e Traumatologia LTDA.
A LB Serviços Médicos, que atualmente vem apresentando a razão social LGI Médicos, foi o primeiro alvo da Operação em junho de 2021, com suspeita nos contratos firmados com o Estado.
Apenas no período de pandemia (2020 e 2021), a empresa recebeu R$ 17.512.843,54 em contratos, e empenhados R$ 23.201.670,61, relativos a serviços prestados em diversos hospitais sob a administração do Estado.
No caso da Bone Medicina Especializada, que tem como administrador O.G.C., possui contratos superiores a R$ 20 milhões, segundo informações tiradas do Diário Oficial do Estado.
Delação
Conforme a reportagem apurou, após a segunda fase, a defesa de um empresário de São Paulo teria procurado autoridades mato-grossense a fim de contribuir com a investigação e outras operações. Um possível acordo de colaboração premiada deverá ser avaliado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).