Os altos preços da carne bovina nos últimos anos provocaram consequências na alimentação dos brasileiros.
No ano passado, o consumo de carne bovina atingiu 24 quilos e 200 gramas por habitante, o menor nível desde 2004.
O relatório foi divulgado pela Consultoria Agro do Banco Itaú.
Segundo o documento, foi o quarto ano seguido de queda no consumo per capita, que calcula o consumo por habitante.
Segundo o relatório, o consumo caiu mesmo com a produção de carne bovina tendo subido 6,5% no ano passado.
Em 2022, foram abatidas quase 30 milhões de cabeças, alta de 7,5% em relação a 2021.
A alta da produção, no entanto, não se refletiu em preços mais baixos ao consumidor, com o excedente sendo exportado.
Segundo o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a carne fica mais cara desde 2020.
Naquele ano, o preço médio subiu 18%, impulsionado pelas compras da China. A alta desacelerou para 7% em 2021 e 1,84% em 2022.
Para este ano, o relatório prevê aumento na produção de carnes e na demanda por exportações, mas não faz projeções sobre o consumo.
Os dados de 2022 estão em linha com os números oficiais da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento.
Conforme a edição mais recente do relatório Quadro de Suprimentos de Carnes, divulgada pela Conab em fevereiro, a disponibilidade per capita de carne bovina no Brasil somou 25 quilos e 900 gramas por habitante no ano passado, o menor nível desde o início da série histórica, em 1996.
O indicador não mede o consumo, mas a oferta de carne no mercado interno dividido pela população.
Para 2023, a Conab projeta disponibilidade per capita de 26 quilos e 300 gramas, alta de 1,8% em relação ao ano passado.