A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que um dos lados combatentes na guerra do Sudão ocupou um dos principais laboratórios sanitários, que armazena bactéria da cólera e outros patógenos de risco.
O representante da OMS no Sudão, doutor Nima Saeed Abid, participou de uma coletiva de imprensa das Nações Unidas (ONU) realizada em Genebra, na terça-feira (25). Ele falou a repórteres por meio de videoconferência, diretamente da cidade de Porto Sudão, para onde foi evacuado devido aos combates no país.
Abid informou que uma facção envolvida no atual conflito invadiu e ocupou o Laboratório Nacional de Saúde Pública, situado na capital, Cartum. Segundo ele, o grupo está usando o edifício como instalação militar. O local armazena amostras isoladas de poliomielite e cólera. A OMS expressou profunda preocupação.
O representante da OMS não forneceu detalhes a respeito do grupo, mas informou que a facção ordenou a expulsão de todos os técnicos do laboratório.
A capital sudanesa Cartum enfrenta escassez de energia elétrica. Abid alertou que há risco alto de ameaça biológica devido à expulsão dos técnicos e de possíveis cortes de energia no laboratório.
Confrontos há pouco mais de uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de fato do país desde o golpe de Estado de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.
Fonte: NHK* – Tóquio
Crédito de imagem: