Casos de racismo no futebol, embora recorrentes, já começam a ter o desfecho adequado no Brasil. Foi assim em Teresina, no último fim de semana, quando o Ypiranga-RS enfrentava o Altos-PI no Estádio Lindolfo Monteiro pela Série C do Brasileiro. Ofendido por causa da cor de sua pele, o goleiro Caique, do time visitante, fez a denúncia ao árbitro Arthur Gomes Rabelo, o jogo foi paralisado e o agressor acabou preso.
Natural de Salvador, Caique, 25 anos, deu um exemplo de como agir em situações assim. Não é uma decisão fácil, mas necessária.
“Ele fez menção ofensiva à cor da minha pele. Fez duas vezes. Na segunda, consegui identificá-lo e deu no que deu, com a ação rápida da polícia. O que me deixou mais triste é que a agressão partiu de um homem da minha cor. Isso me feriu demais”, contou Caique.
Caíque se destacou no recente Campeonato Gaúcho
Créditos: Enoc Junior / Ypiranga-RS
Depois de muitas mensagens de apoio, de amigos, parentes, colegas e profissionais do clube e de dirigentes do Ypiranga-RS, Caique tentou serenar. O jogo havia sido realizado no sábado (20). No domingo, de folga, ele resolveu assistir pela TV à partida entre Real Madrid e Valencia, pelo Campeonato Espanhol.
Foi quando se surpreendeu e se revoltou com as manifestações contra Vinícius Júnior. “Aquilo me deixou muito indignado. Eu estava sob o efeito do que havia me ocorrido na véspera e vi a barbaridade que fizeram contra o Vinicius Júnior. Aí desabei.”
Caique defende punições severas contra o racismo nos estádios (e fora deles). Lembra que o ato se trata de um crime. Para o goleiro, seria importante que os torcedores também ajudassem a identificar os autores das ofensas durante os jogos. “É uma questão que está acima da paixão pelo clube. Já sofri com o racismo em outras partidas e sofro em situações do dia a dia. A gente não aguenta mais isso.”
Fonte: CBF
Crédito de imagem: Créditos: Gabriel Tadiotto/ECJuventude