Ferrogrão volta a ser discutida na pauta do STF na próxima semana

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A obra é considerada fundamental para garantir que o escoamento da crescente produção de grãos do Centro-Oeste, rumo aos portos fluviais do norte do país, não fique em prejuízo diante da falta de logística.

O futuro da ferrovia que vai ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA), a Ferrogrão (EF-170), deverá ser decidido na próxima quarta-feira (31). Após dois anos de espera, o Supremo Tribunal Federal (STF), marcou o julgamento da ação que suspendeu a construção da ferrovia, ao atender um pedido do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). E de acordo com o partido, a obra causará impactos ao meio ambiente.

A obra é considerada fundamental para garantir que o escoamento da crescente produção de grãos do Centro-Oeste, rumo aos portos fluviais do norte do país, não fique ainda mais estrangulado diante da falta de opções logísticas.

Com um investimento estimado em R$ 21,5 bilhões de reais, a Ferrogrão terá 933 quilômetros de extensão. A polêmica envolve a supressão de uma área de 464 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, por onde passará a ferrovia.

Ferrogrão

Foto: Ministério da Infraestrutura

O deputado estadual e presidente da Câmara Setorial Temática (CST) da Ferrogrão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Reck Júnior, destacou que existe uma discussão equivocada por parte da justiça.

“Eles falam que a Ferrogrão vai afetar as terras indígenas e a ferrovia não passa por nenhuma terra indigena. Nós temos elementos técnicos e científicos que ambientalmente mostram que não existe nada mais ambiental quando se fala em ferrovia e hidrovia. Trazendo esses elementos vamos mostrar para os ministros o tamanho da importância econômica quanto na questão ambiental do país”, explica. 

Ganhos para a economia e preservação ambiental

As lideranças que representam o setor produtivo de Mato Grosso reforçam que além da instalação da ferrovia ser economicamente estratégica, ela é ambientalmente sustentável.  

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, explica que a área que corresponde ao Parque Nacional do Jamanxim é de 0,1%, que tem 862 mil hectares. Ele lembra também que a maior parte dessas áreas estão na faixa de domínio da BR-163.

“É um absurdo dizer que uma área de menos de 0,2% de toda a reserva, que grande parte são as faixas de domínio da BR-163, vai trazer impacto ambiental. Só os caminhões que deixam de trafegar, que vão andar menos e consumir menos combustível, em substituição ao trem, tem uma redução de dano ambiental na emissão de poluentes. É inadmissível que quem compõe o governo não conheça o que de fato a sua população necessita, defende.

POR LUIZ PATRONI E ANA MOURA, DE CUIABÁ (MT)