O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a seus ministros que foram indicados por partidos que se reúnam com líderes de suas bancadas no Congresso para cobrar apoio às pautas do governo em votações. As reuniões serão acompanhadas pelos articuladores políticos do Planalto e devem começar já nesta semana, com representantes de PSB e PSD.
A decisão acontece na semana seguinte às duas derrotas mais significativas que o governo teve na Câmara: a retirada de pauta do PL das Fake News por falta de segurança sobre a aprovação e a derrubada de trechos de decreto que o Planalto publicou modificando o Marco do Saneamento.
O pedido foi feito por Lula em reunião nesta segunda-feira (8/5) com ministros palacianos e líderes do governo no Congresso. “O presidente delegou a tarefa de, como coordenador político do governo, nesta semana fazer reuniões dos ministros que foram indicados por partidos junto com líderes da Câmara, para discutir a atuação [das bancadas]”, disse, em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.
Devem ser chamados para as reuniões líderes e vice-líderes de cada partido para o que será, segundo Padilha, “uma conversa tranquila”.
“O ministro das Cidades [Jader Filho], por exemplo foi um dos autores do Decreto do Saneamento e o partido dele, o MDB, votou contra. A reunião vai ser o momento de compreender quais foram os motivos. Então, vamos fazer também com o MDB, quando o líder voltar de viagem, e com demais partidos que tiverem dificuldade”, completou Padilha.
Ainda de acordo com o ministro das Relações Institucionais, Lula já participa da articulação política, mas deve se envolver mais em determinados momentos.
“O presidente disse no sábado que sou o que tem de melhor na articulação política. O que tem de melhor na articulação é o presidente Lula. Ele participa ativamente e, toda vez que precisar entrar em campo, vai entrar e é bom demais a gente ter o Pelé da política para poder entrar em campo quando precisar”, disse Padilha, que avaliou ainda que o governo tem conseguido vitórias em questões que considera prioritárias.
“Tivemos derrota na semana passada, mas é raríssimo um time ser campeão invicto. No campeonato, você empata, perde. Para ser campeão, só não pode perder a final. Aconteceu derrota importante, mas aconteceu num momento em que pode perder, que é o começo do campeonato”, comparou ainda o ministro das Relações Institucionais.
Por Raphael Veleda