A interventora do Estado na saúde de Cuiabá, Danielle Carmona, declarou nesta terça-feira (23), que 17.682 pessoas morreram em Cuiabá na fila de cirurgia do SUS (Sistema Único de Saúde). A revelação foi feita na Assembleia Legislativa durante exposição na Comissão de Saúde Pública a respeito das ações implementadas no período de 68 dias de intervenção do Estado na saúde pública de Cuiabá.
“Nossa equipe entrou em contato com essas pessoas que estavam aguardando cirurgias e descobrimos que já estavam mortos. Esse número foi alcançado a partir do cruzamento de dados entre o Sistema Nacional de Regulação (SISREG) e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)”, disse.
O relatório, no entanto, não detalha se as mortes ocorreram pela falta do procedimento médico aguardado ou por outras causas.
Ainda foi dito aos parlamentares que houve redução de R$ 21,5 milhões em contratos firmados pela Secretaria Municipal de Saúde. A economia mais expressiva se deu na revisão de um contrato de suporte e manutenção de sistema de TI (Tecnologia da Informação). O valor representou uma economia de R$ 14,935 milhões. Isso porque o sistema SDG Próton não era utilizado pela Secretaria Municipal de Saúde.
Ainda houve uma economia de R$ 3,960 milhões em um contrato relacionado a sistema de videomonitoramento após ser revisado por indícios de superfaturamento. Foi descoberto ainda um contrato de serviços de cabeamento de rede que custava R$ 728 mil. Porém, o contrato previa 37 links de Internet que jamais foram utilizados.
“Nossa principal meta neste momento é garantir o equilíbrio entre receitas e despesas. Por isso, a necessidade de rever contratos para garantir que as políticas públicas sejam concretizadas nas suas mais diversas necessidades à população”, pontuou a interventora.
O Ministério Público de Mato Grosso já protocolou na Justiça pedido de prorrogação da intervenção do Estado na saúde de Cuiabá pelo período de 90 dias. O prazo inicial de três meses começou a vigorar em 14 de março deste ano.
Por Rafael Costa / Reporter MT