Em sua última participação como vereador em exercício, Eleus Amorim (Cidadania) protocolou nesta quinta-feira (04) requerimento para que a Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá apure denúncia de ‘rachadinha’ contra vereadora Edna Sampaio (PT), envolvendo sua ex-chefe de gabinete. A parlamentar negou qualquer ilegalidade em sua conduta política.
“A vereadora tem todo o direito de vir a essa Casa e se defender. As informações colocadas pela imprensa são graves. E por serem graves elas precisam ser apuradas.E por que ser apurada? Porque por muito menos vereadores já foram cassados nesta Casa. É um direito de defesa que nós estamos dando a ela. É dever a moralidade, a imparcialidade dos senhores. Eu saio hoje, mas caberá aos senhores o dever de responder à sociedade se essas suspeitas prevalece ou não prevalece. E caberá a ela se explicar”, disse o parlamentar em seu discurso.
Eleus volta para a suplência com o retorno da vereadora Maysa Leão (Republicanos). Após a apresentação do requerimento, outros parlamentares comentaram o assunto. Edna Sampaio usou a Tribuna para manter a sua defesa contra o que chamou de ‘tentativa de manchar a honra’.
Ela voltou a afirmar que a verba indenizatória de sua ex-chefe de Gabinete é usada em prol do mandado, assim como sua própria verba indenizatória. “Não vou recuar, vou até o fim. Vou continuar com a minha posição que é verdadeira. Quem fala a verdade não merece castigo”, disse a parlamentar, que atribui a acusação à perseguição política por conta de sua atuação.
O caso
Edna Sampaio teria recebido pelo menos R$ 20 mil em transferências feitas pela ex- chefe de gabinete Laura Natasha Oliveira. As mensagens indicam que o dinheiro era referente à verba indenizatória que a servidora tinha direito. Laura recebia R$ 7 mil em salário e mais R$ 5 mil de VI. Ela foi demitida no final do ano passado e indenizada em R$ 70 mil, por estar gestante no momento do desligamento.
Ainda segundo os comprovantes, as transferências ocorreram nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2022. A cobrança, conforme as trocas de mensagens, eram feitas pelo esposo da parlamentar, Willian Sampaio, que foi ex-presidente estadual do PT no Estado.
Um dos diálogos ocorreu em 27 de outubro. “Oi Laura. Você recebeu a VI do gabinete?”, questionou Willian. “Oi, já recebi e passei na conta da Edna”, respondeu a então chefe de gabinete 5 minutos depois. No mês anterior, Willian havia mandado para a chefe de gabinete os dados bancários da esposa. Depois ele recebe de Natasha o comprovante da transferência de R$ 5 mil.