Com uma sequência de cinco jogos sem vitória, o Botafogo-SP viajou para a cidade de Novo Horizonte com o objetivo de reencontrar os três pontos diante do então líder da Série B Betano, Novorizontino. Quem se atrevesse a comparar os retrospectos indicaria uma vitória da equipe aurinegra, que vinha de sete triunfos consecutivos.
Mas a beleza do futebol está nas surpresas. Está na imprevisibilidade de cada lance. Aos 36 minutos do primeiro tempo, o volante Guilherme Madruga se viu de costas para o gol adversário com a bola no ar. O recurso usado foi dar uma bicicleta. Resultado: golaço à la Puskás.
Nesta quarta-feira (28), a repercussão do lance invadiu a vida privada e pública de Madruga, que está sendo bombardeado com mensagens em suas redes sociais e em seu Whatsapp. Nascido em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, o meio-campista foi surpreendido com a proporção que o gol tomou.
“Tem sido uma repercussão muito grande e não estou conseguindo responder todo mundo. Estou vivendo um dia de fama e não estou acostumado a isso, não estava esperando. É um momento de muita felicidade para mim e para minha família”, agradeceu.
Botafogo-SP reencontrou as vitórias contra o Novorizontino
Créditos: Luiz Fernando Cosenzo / Agência Botafogo
Ele confessou também que recebeu mensagens de familiares que não conhecia e precisou acionar sua mãe para identificar as pessoas.
“Chegou mensagens de parentes que eu não tinha contato. Na hora liguei para os meus para saber quem eram”, brincou.
Em campo em todas as 14 partidas do clube de Rio Preto na Série B, Madruga admite que não sonhava em disputar um prêmio de relevância mundial como o Prêmio FIFA Puskás, organizado pela entidade máxima do futebol mundial para coroar o gol mais bonito do ano. O Botafogo-SP puxou a hashtag #MadrugaPuskas para ajudar o jogador a conseguir mais visibilidade para concorrer à honraria.
“Eu não sonhava em disputar um prêmio desse tamanho. Pode acontecer com toda a proporção que está tomando. Conto com o apoio de todo mundo para me ajudar”, pediu.
Guilherme Madruga sonha em vencer o Prêmio Puskás
Créditos: Luiz Fernando Cosenzo / Agência Botafogo
Logo após a bola encobrir o goleiro, Madruga não conseguiu comemorar como queria. Um abraço coletivo de seus companheiros o impediu de correr para celebrar o gol mais bonito de sua carreira.
“Foi um recurso que tirei da cartola. Me preparo para pensar rápido nessas ocasiões e não hesitei. Depois da bicicleta, eu levanto e escuto meus companheiros falando ‘não acredito’ “, comemorou.
SUSTO ANTES DO GOL
A emoção tomou conta da família de Madruga com o golaço, mas o sentimento forte não foi o único da partida. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Madruga sofreu um choque na cabeça e precisou estancar o sangramento com uma toca de natação. Sua mãe, inclusive, chegou a passar mal com o lance.
Neymar levou o Prêmio Puskás por gol no jogo Santos 4 x 5 Flamengo no Brasileirão de 2011
Créditos: Divulgação/Santos FC
O gol foi o primeiro de Madruga pelo Botafogo-SP na Série B, na campanha de sétimo lugar até o momento, com 21 pontos.
O Brasil tem dois ganhadores do Puskás: Wendell Lira, em 2015, pelo Goianésia, com o voleio em partida pelo Campeonato Goiano; e Neymar, em 2011, pelo Santos, após driblar toda a defesa do Flamengo no histórico 5 a 4 para os cariocas, pelo Brasileirão.
Fonte: CBF
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