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Bruxismo: conheça causas, sintomas e tratamento do transtorno

Se você costuma apertar ou ranger os dentes, saiba que essa é a principal característica do bruxismo. Especialmente durante o sono, o hábito é involuntário e pode causar uma série de problemas de saúde. É o caso, por exemplo, de dores de cabeça e nos músculos do rosto, além de desgaste dos dentes e doenças nas gengivas.

Nos casos mais graves, pode ser necessário fazer tratamento de canal nos dentes afetados ou ainda tratar de distúrbios na articulação de ossos da face, como maxilar, mandíbula e têmporas.

Causas do bruxismo

Segundo a Dra. Carolina Alexandre, ortodontista da IGM Odontopediatria, os fatores desencadeantes do bruxismo são diversos. “Pode ter origem emocional, desordens orgânicas, neurológicas, por uso de medicamentos, síndromes genéticas, síndrome da apneia obstrutiva do sono e até mesmo associado a algumas condições bucais”, explica.

Além desses, fatores psicológicos também são preponderantes para desencadear e agravar o bruxismo. Dentre os principais estão a ansiedade, a responsabilidade por hipervigilância, comportamento de defesa e estresse emocional.

Prejuízos à saúde

O bruxismo pode causar inúmeros danos à saúde bucal, alerta a especialista. “Desde fraturas dentais, podendo causar a perda do dente, desgastes dentários causando sensibilidade nos dentes e comprometimento estético, doenças na gengiva (perda óssea), dores na musculatura do rosto causando sensação de cansaço e peso na face ao acordar”, aponta.

A disfunção também causa sobrecarga na ATM (articulação da boca). Por isso, pode gerar dor de cabeça e estalos na articulação durante os movimentos de abertura e fechamento da boca e para mastigar.

No entanto, os impactos vão muito além da boca. Isso porque o bruxismo gera cansaço muscular tensionando a musculatura do pescoço, podendo desencadear dores de cabeça, zumbido no ouvido, alteração do humor e falta de concentração, acrescenta a Dra. Carolina.

Sintomas do bruxismo

A ortodontista aponta os principais sintomas do bruxismo:

“O sinal mais comum é a observação pelos parentes de ruído audível e incômodo produzido pelo paciente durante o sono. Além disso, o desgaste anormal dos dentes e dor de cabeça ao acordar são os sinais mais frequentes da presença desta patologia”, destaca a profissional.

Tratamento

O tratamento deve ser conduzido pelo cirurgião dentista especialista em Disfunção Temporomandibular (DTM),. É ele quem faz uma criteriosa averiguação das possíveis causas e encaminha o paciente caso ele necessite de uma equipe de tratamento multiprofissional – isto é, com psicólogo, fisioterapeuta, neurologista, entre outros profissionais.

“O dentista especialista faz uso geralmente de dispositivos intra orais, que são planejados de forma individual e ajustados criteriosamente para auxiliar na prevenção e controle dos danos que possam surgir com a presença do bruxismo”, ressalta Carolina.

É importante destacar que o bruxismo é uma disfunção e seu tratamento não promete a cura, mas o controle dos prejuízos que ele causa, principalmente aos dentes, à articulação da boca e à musculatura facial e cervical.

“Os prejuízos provocados pelo bruxismo são muitas vezes irreversíveis, como exemplo as fraturas dentais radiculares que podem provocar. Sem falar do desgaste nos dentes causando o envelhecimento do sorriso e dos dentes, sensibilidade, traumas musculares e articulares que ele provoca”, adverte a ortodontista.

Bruxismo na infância

A profissional aponta que a disfunção pode atingir as crianças. Além disso, requer atenção especial a partir do momento em que persiste por um período mais prolongado. “Quando frequente e intenso é agressivo a ponto de ocasionar desgastes dentais assim como disfunções articulares, dor de cabeça, afetando o bem estar integral da criança”, alerta.

Segundo ela, a principal intervenção clínica nas crianças deve estar voltada à proteção dos dentes, reduzindo o ranger e o desgaste das faces, aliviando as dores faciais e promovendo melhorias na qualidade do sono. Carolina enfatiza que o tratamento e acompanhamento ainda na infância são necessários para que o bruxismo não traga consequências irreversíveis na fase adulta.

“Cabe ressaltar que no âmbito da prevenção as pesquisas demonstram que quanto maior o período de aleitamento materno, menores são as chances da ocorrência de hábitos orais nocivos, como o bruxismo”, revela a profissional.

Além disso, no caso das crianças o acompanhamento psicológico ou terapia são importantes, principalmente quando a abordagem do dentista já foi iniciada, conclui a especialista.

 

Por Saúde em Dia

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