No texto, o ex-procurador Deltan Dallagnol mencionou o uso da delação premiada na prisão de um suspeito no assassinato de Marielle Franco, aproveitando a oportunidade para criticar o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, e o Supremo Tribunal Federal (STF).
A prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, que supostamente monitorou os passos de Marielle e ajudou a esconder a arma e o veículo usados no crime, se deu como resultado da delação premiada de Élcio de Queiroz, de acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Dallagnol questionou se as delações agora são consideradas como prova, ironizando o fato de que até ontem a PGR as desconsiderava e o STF rejeitava acusações baseadas unicamente em delação.
Ele também fez referência às decisões que invalidaram delações utilizadas na Operação Lava Jato. As delações da Lava Jato, que levaram à abertura de inquéritos contra outros investigados, foram consideradas ilegais devido à suposta participação do então juiz Sergio Moro.
Em 3 de julho, o STF decidiu por unanimidade permitir o uso de delações premiadas em ações de improbidade administrativa apresentadas pelo Ministério Público, independentemente do tipo de crime.
No caso de Marielle, a delação de Élcio de Queiroz confirmou a autoria material do crime como sendo de Ronnie Lessa. Ambos estão presos aguardando julgamento, enquanto as investigações continuam em busca dos mandantes do crime.