Servidores do Ministério da Agricultura, filiados ao PT, estão se mobilizando para tentar desgastar a imagem do ministro Carlos Fávaro (PSD) por meio da produção de um dossiê. O objetivo do dossiê é expor denúncias supostamente acobertadas por Fávaro, visando manter um grupo que ocupa cargos importantes na Pasta.
O material, que contém uma lista de medidas consideradas suspeitas, foi encaminhado à liderança do PT no Congresso, que posteriormente o repassou ao Palácio do Planalto.
Parte das informações contidas no dossiê foi obtida pela reportagem. Os petistas apontam supostas irregularidades cometidas por secretários e diretores durante a celebração de convênios e procedimentos para transferência de terras.
Um dos responsáveis pela compilação dos dados revelou à VEJA que existe, inclusive, suspeita de fraude na liberação de licenças para fabricação e uso de agrotóxicos.
De acordo com o dossiê, esses diretores foram nomeados para seus respectivos cargos durante o governo Bolsonaro e têm sido mantidos nos postos por Fávaro.
O material já chegou às mãos da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
Fávaro tem sido alvo de intrigas e críticas nos últimos dois meses, não apenas por parte do PT. Esses ataques são resultado de uma disputa pelo comando do Ministério.
A Pasta possui um orçamento de quase R$ 14 bilhões e mais de 100 cargos cobiçados pela classe política em superintendências, diretorias e secretarias espalhadas por todo o país.