Alimentos e bebidas continuam segurando a inflação para os mais pobres

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A inflação oficial em setembro foi de 0,26%, de acordo com os dados divulgados recentemente pelo IBGE.

Esse é o índice médio. Por uma série de razões, a variação do custo de vida acaba se comportando de forma diferente para cada camada da população brasileira.

De acordo com o Indicador de Inflação por Faixa de Renda, do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a camada mais pobre da população, formada pelas famílias com renda muito baixa, que são quelas que recebem até de R$ 2.015 por mês sentiu um leve recuo dos preços, com deflação de 0,02%.

Para a população de renda baixa, formada por famílias que recebem de R$ 2.015 a R$ 3.022 mensais, a variação foi de 0,08%, praticamente um terço da inflação oficial.

Isso acontece porque para essas famílias, os alimentos e bebidas têm peso importante no orçamento e como os preços desse grupo tem recuado, o custo de vida não sobe tanto.

Já as famílias de renda média, média-alta e alta, que são grupos com faixas de ganhos mensais que vão desde R$ 5.037 a mais de 20 mil reais, sentem o custo de vida subir mais, porque, no orçamento delas, pesam itens que estão em alta, como combustíveis e passagens aéreas, por exemplo.

Para essas faixas, a inflação de setembro variou de 0,32 a 0,57%

Considerando inflação acumulada nos nove primeiros meses de 2023, as famílias de renda muito baixa registram a menor taxa de inflação: 2,3%, contra alta do custo de vida de 4,4% registrada domicílios de renda alta, que é a faixa com a maior inflação acumulada desde o começo deste ano.