Previsão para área plantada com a fibra em 2023/24 deve ser de 1,94 milhão de hectares
A expectativa de redução da área plantada com milho, em virtude do atraso na semeadura e do replantio da soja, deve favorecer diretamente o plantio de algodão. O presidente da Agroconsult, André Pessôa, disse que a previsão para a área plantada com a fibra em 2023/24 deve ser de 1,94 milhão de hectares.
“É uma área nunca antes plantada e que vai exigir alguns sacrifícios dos produtores”, informou ele, na quarta-feira, 22, durante evento organizado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Com a área recorde, a estimativa de produção da Agroconsult para a pluma é de 3,7 milhões de toneladas na próxima safra. No ciclo atual (2022/23) a produção é estimada em 3,2 milhões de toneladas. “É um desafio enorme do ponto de vista de abertura de mercados, da logística, e da competição internacional”, afirmou.
O algodão foi uma cultura agrícola que não teve a mesma derrocada de preços, como a soja e o milho, ao longo do ano. “Os preços chegaram a ceder com o início do conflito entre Israel e Hamas, mas nossa expectativa é trabalhar em níveis de 82 cents e 83 cents por libra-peso na safra 2023/24”. A manutenção do preço, atrelada à redução significativa do custo de produção, que chegou a alcançar R$ 18 mil por hectare e agora voltou ao nível de R$ 12 mil a R$ 14 mil, permitirá uma rentabilidade muito boa para a pluma na safra 2023/24, garantiu o executivo. “O crescimento da área plantada é resultado disso”, afirmou.
Diante dessa expectativa, os produtores terão de esticar o tempo de uso das algodoeiras, observou. “O algodão vai chegar no limite da capacidade de beneficiamento”, destacou, observando que o País poderá ter de importar máquinas dos Estados Unidos para abastecer o crescimento de área da próxima safra.
Pessôa comentou, ainda, que o Brasil deverá superar os Estados Unidos nas exportações de algodão. No ciclo atual, o País ultrapassou os americanos em produção (3,2 milhões de toneladas em comparação com 2,9 milhões de t dos americanos). “Podemos ultrapassá-los agora, mas estaremos em uma posição ainda melhor em termos de exportação na safra seguinte”, ressaltou.
Fonte Estadão Conteúdo