O preço do leite continua em queda livre.
Em setembro, as cotações, no campo, despencaram nove por cento na comparação com agosto e 31 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Pesquisa da Universidade de São Paulo, a USP, indica que o litro foi negociado, na média do país, a dois reais e cinco centavos.
Setembro foi o quinto mês seguido de queda no campo, o que ajudou a baixar os valores do leite no supermercado.
O cenário é consequência de uma combinação de fatores.
Primeiro, toda a crise econômica vivida pelo país nos últimos anos, com momentos de alta no desemprego e na inflação, que ainda obriga muita família a cortar gastos.
Segundo, o Brasil quase dobrou em 2023 as compras de produtos lácteos vindo do exterior, o que faz crescer a oferta de mercadoria aqui no país e pressiona os preços pra baixo.
Terceiro, a produção de leite tem crescido, uma vez que o bom resultado das safras de soja e milho, que são usados como ração para o gado, derrubou os preços dos grãos e permitiu ao produtor investir mais no cuidado com o rebanho.
Tanto que o preço do leite caiu mesmo durante o inverno, época do ano no qual os valores deveriam aumentar, uma vez que o tempo seco prejudica os pastos e reduz a produção de leite.
Com a volta da chuva, daqui pra frente, alguns agentes do mercado apostam em cotações ainda menores. Mas o excesso de água em regiões como o Sul do país pode ser um problema.
