Em 2019, o deputado federal André Janones solicitou aos assessores do seu gabinete na Câmara dos Deputados que contribuíssem com parte dos seus salários para financiar futuras campanhas políticas do seu grupo. Além disso, Janones também sugeriu a criação de uma “vaquinha” mensal entre os servidores do gabinete para obter vantagem eleitoral. Essas propostas foram feitas durante uma reunião na qual o deputado também cobrou parte dos salários dos servidores para “reconstruir seu patrimônio” após uma eleição municipal na qual ele foi derrotado.
“Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser R$ 50, se vai ser R$ 100, R$ 200, se cada um dá proporcional ao salário. Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha”, detalhou o segundo parlamentar mais votado de Minas Gerais em 2022.
É importante ressaltar que Janones foi eleito deputado federal em 2018 e reeleito em 2022. No entanto, ele não concorreu nas eleições de 2020, pois o seu partido decidiu apoiar outro candidato à prefeitura de Belo Horizonte. Mesmo assim, o grupo político de Janones teve candidatos nas eleições, e sua ex-assessora Leandra Guedes foi eleita prefeita de Ituiutaba, a mesma cidade na qual Janones havia sido derrotado anteriormente.
É evidente que essas ações levantam questões éticas e legais, uma vez que envolvem o uso de recursos públicos para benefício eleitoral pessoal. A proposta de cobrar parte dos salários dos assessores para financiar campanhas políticas não condiz com a integridade que se espera de um representante eleito. Porém, é necessário aguardar os desdobramentos e as respostas das autoridades competentes para uma análise mais aprofundada desses acontecimentos.