As constantes quedas e oscilações de energia elétrica foram novamente criticadas pelos vereadores, durante a sessão ordinária desta segunda-feira. Márcio Albieri, Wlad Mesquita, Ademir “Zinho” e a presidente Sandra Barzotto comentaram o assunto e cobraram explicações da Energisa, responsável pelo fornecimento do serviço em Mato Grosso.
Albieri informou que, junto com presidentes de associações de bairros, entregou um abaixo-assinado com quase mil assinaturas, coletadas nos comércios do Parque das Emas e do Bandeirantes. Segundo ele, o documento foi levado ao Ministério Público do Estado (MPE) com o pedido para que o órgão ingresse com uma ação civil pública obrigando a Energisa a melhorar o fornecimento de energia em Lucas.
“Por mais que aconteça na cidade toda, no Bandeirantes e Parque das Emas é pior. Ali, houve semanas em que, mesmo sem chuva, alguns pontos ficaram sem energia durante quatro noites seguidas. Sem contar a oscilação à tarde. Não é justo a sexta economia do Estado com uma energia dessa. O comerciante que quer ampliar seus negócios tem uma grande dificuldade. Sem contar os prejuízos. Eu passei em um comércio do Bandeirantes e, só nos últimos 60 dias, quatro motores de câmaras frias queimaram. Não podemos aceitar”, afirmou Albieri.
O vereador também reclamou do atendimento presencial da empresa. “Essa semana fui na Energisa pedir para trocar titularidade. Cheguei lá, devia ter umas 40 pessoas aguardando. E aí acabou a energia e todos tiveram que ir embora. No dia seguinte, tinha 60 pessoas e apenas dois atendentes. As pessoas precisam ficar lá várias horas. Ali precisava de, no mínimo, seis atendentes. Mas a Energisa, como sempre, só é especialista em cobrar”.
Já o vereador Wlad Mesquita cobrou que o diretor da Energisa venha a Lucas do Rio Verde para explicar o problema e apresentar o planejamento da empresa para solucionar as falhas. “É um caos o serviço prestado por essa empresa em nosso município. Já tivemos várias ações de todos os vereadores desta Casa, em busca de solucionar essa questão, que é extremamente preocupante. Já tive reunião com a deputada estadual Janaína Riva e protocolamos em Cuiabá um pedido de explicações. Nós, vereadores, temos poder de procurar resolver. O Poder Legislativo de Lucas do Rio Verde é forte, competente e é daqui que vai sair a solução”.
Ademir “Zinho”, por outro lado, sugeriu algumas possíveis medidas para aumentar as cobranças em cima da empresa. “Isso já virou uma novela. Eu e o vereador Marcos Paulista fomos em Cuiabá, onde falamos com o deputado Eduardo Botelho e cada vez a gente vê que a nossa cobrança não vai a lugar nenhum. Lucas cresceu muito. Hoje temos mais de 100 mil habitantes, mas estamos com a estrutura de 20 mil. Sobrecarrega, a energia cai. Em São Paulo, os vereadores fizeram uma CPI. Então, não sei se tem que ser os deputados, ou se algumas cidades podem fazer um documento para cobrarmos a Energisa”.
Para a presidente do Legislativo, vereadora Sandra Barzotto, um sistema de fiação subterrânea poderia ajudar a resolver o problema. “O que eu penso é o que eu vejo em muitos locais. Precisamos realmente pensar nessa fiação subterrânea. Queremos e precisamos de uma cidade arborizada, mas os fios acabam enroscando nas árvores. Não falta potência de energia. Falta uma melhor gestão da fiação e é nisso que acho que precisamos investir para acabar de vez com esses problemas”.
No ano passado, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso investigou, por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), os serviços prestados pela Energisa em Mato Grosso. O relatório final aprovado pelos parlamentares apontou que houve piora nos serviços, entre 2020 e 2021, com aumento no tempo de atendimento ao consumidor e crescimento de valores pagos a título de compensação por falhas no fornecimento.