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Lira convoca reunião de lideres, após veto de Lula

Líder do Partido Progressista (PP), deputado Arthur Lira, fala à imprensa, após reunião com Jair Bolsonaro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o gabinete de transição de governo.

O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, iniciou uma estratégica convocação dos líderes partidários para uma reunião que ocorrerá na próxima segunda-feira (29). A reunião, marcada para coincidir com seu retorno à capital federal, sinaliza um movimento de apreciação das disposições e o clima político entre as lideranças à luz da retomada das atividades parlamentares no mês de fevereiro.

Este encontro surge em um momento em que o governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por uma redução significativa nas emendas parlamentares, um vetor político de vital importância para a negociação de apoio dentro do Congresso. No cerne dessa questão, está o veto presidencial que excluiu R$ 5,6 bilhões das emendas de comissão do Orçamento de 2024 – fundos estes que são tradicionalmente utilizados pelos legisladores para financiar projetos em suas bases eleitorais.

A iniciativa de Lira de promover diálogos face a face sugere uma busca por uma resposta coordenada e possivelmente contundente da Câmara dos Deputados em relação ao corte das emendas, o qual o governo defende como passo necessário para a manutenção do equilíbrio fiscal.

É imperativo notar que, durante o processo orçamentário, havia um entendimento tácito de manter as emendas de comissão em um patamar de R$ 11 bilhões. Contudo, esta cifra foi ampliada pela iniciativa dos próprios parlamentares, gerando um cenário de confronto sobre a discrepância entre os valores previamente acordados e aqueles promulgados.

Adicionalmente, Lira tem emitido sinais aos seus aliados políticos de que o corte de verbas representa não apenas uma quebra do acordo estabelecido, mas também uma discrepância no que concerne aos valores totais destinados a emendas nos últimos cinco anos – uma divergência entre as cifras reportadas pelo governo e aquelas proclamadas pelos legisladores que incendeia a atmosfera de negociação entre os poderes.

Além disso, o corte nas emendas aparece acompanhado de outras pautas legislativas consideradas indigestas pelo legislativo, tais como a reoneração da folha de pagamento de certos setores e a revogação de isenções tributárias a entidades religiosas, ampliando o espectro de desafios à relação harmoniosa entre o governo e o Congresso.

Em síntese, perante esse “combo político” que alcança a Casa, a expectativa é de que o clima para a retomada dos trabalhos parlamentares seja de um certo antagonismo contra o governo, antecipando um cenário de tensões acirradas entre o Parlamento e o Executivo, uma nuance que definirá as perspectivas do diálogo político brasileiro no futuro imediato.

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