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Sonegadores tem mansões, carros de luxo e barcos confiscados em MT

Polícia Civil-MT

Déjà vu e Odisseia: As Tramas de Sonegação Desvendadas por Força-Tarefa Interinstitucional

Em um amanhecer que rompeu com o silêncio rotineiro das ruas, uma operação meticulosamente coordenada veio à tona, denunciando os esquemas sombrios de sonegação que sangravam os cofres públicos do Mato Grosso em cifras que ultrapassam os impressionantes R$ 370 milhões. Sob o estandarte da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz) e a égide do Ministério Público Estadual (MPE), uma força-tarefa, com suporte incondicional da Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz), lançou as operações Déjà vu e Odisseia no alvorecer de quarta-feira, 31 de janeiro.

O palco dessa conjuração envolve um punhado de instituições, unidas sob o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira). Seu propósito? Desmantelar uma rede profana de malfeitores que, dissimulados atrás de inúmeras fraudes fiscais ligadas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), orquestravam seus atos com a precisão de maestros do delito.

A Delegacia Fazendária, ao lado da 14ª Promotoria de Justiça, desenterraram os indícios que levaram aos pedidos efetuados ao Poder Judiciário. Resultado: diversas medidas cautelares concedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), desenrolando um tapete vermelho para o sequestro de bens e a decretação de 24 ordens judiciais, intercalando mandados de prisão e busca e apreensão.

Forças policiais tomaram as rédeas de uma operação que não conheceu fronteiras, lançando mandados em sete cidades distintas, repartidas entre Mato Grosso, Pará e Paraná – um tabuleiro de xadrez nacional com 57 diligentes policiais civis, peritos da Politec e fiscais da Sefaz-MT ocupando as casas do jogo.

A operação Odisseia revelou um emaranhado de empresas fantasmas e manobras audaciosas; malabarismos jurídicos levados a cabo com o puro intento de enganar o Poder Judiciário e sair impune frente à fiscalização. Ao desmontar os truques do grupo criminoso, identificou-se também o uso inescrupuloso dos dados de contadores já falecidos, numa estratégia sórdida de mascarar os verdadeiros agentes por trás das cortinas de fumaça contábil.

E qual seria o espetáculo por trás da cortina da operação Déjà vu? Uma narrativa semelhante, salpicada pela montagem de empresas nas mãos de laranjas – peões na grande partida que visava blindar a concretização da fraude fiscal, turvando a linhagem verdadeira das mercadorias e dos produtores rurais emissores das notas fiscais.

Como uma resposta às violações cometidas, residências de alto padrão em áreas nobres da capital, veículos de luxo, barcos majestosos e até o congelamento das contas dos investigados serviram como garantia, uma promessa de que os danos ao erário terão sua vingança. A mensagem é clara: onde houver sonegação, haverá resistência, e a justiça, ainda que em passos calculados, se fará presente.

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