Por Iúri Medeiros
O empate com o Palmeiras no último domingo não pode ser utilizado como um exemplo de grande atuação do Corinthians. A equipe foi dominadas por pelo menos 70 minutos e poderia ter perdido por um placar elástico. Mesmo assim, no final das contas, a igualdade em 2 a 2 possui saldo positivo para o Timão.
Se taticamente o Corinthians foi superado, e quanto a isso não há dúvidas, por outro lado os jogadores mostraram um grande senso de competitividade para não baixar a guarda em nenhum momento. O Timão, a todo instante, acreditou que poderia mudar os rumos da partida.
A estratégia de recuar Raniele entre os zagueiros no momento defensivo trouxe problemas ao Corinthians no clássico. Como o volante descia muito, o setor de meio-campo ficava preenchido apenas por Fausto e Rodrigo Garro. O Palmeiras, com volume ofensivo e superioridade numérica, encontrou espaços.
O que o Alviverde não fez foi aproveitar a alta quantidade de chances criadas. O Verdão fez 2 a 0, aproveitando a noite pouco inspirada de nomes como Cássio, Caetano e Fausto Vera, mas em nenhum momento “girou a faca” no maior rival. E esse é um erro imperdoável em Derbys.
O Corinthians cresceu de rendimento com as entradas de Matheus França, Pedro Henrique, Gustavo Silva e Guilherme Biro. A equipe aproveitou vacilos dos mandantes e, mesmo com dois jogadores a menos (expulsão de Cássio e lesão de Yuri Alberto), buscou o empate com direito a gol de falta de Rodrigo Garro.
Raniele não foi às redes mas comemorou como se tivesse ido depois de salvar uma bola em cima da linha, quando o zagueiro Gustavo Henrique estava atuando no gol. Esse foi mais um sólido jogo do camisa 14, que faz ótimo início de temporada.
O Corinthians tem problemas estruturais e o técnico António Oliveira sabe disso. Também é sabido que a equipe não tem tempo para trabalhar como gostaria, por conta do insano calendário nacional. Dito isso, um Derby muda o rumo dos times envolvidos, para o bem e para o mal.
O 2 a 2 do último domingo, com as ponderações feitas em relação à atuação, dá a sensação de que o Corinthians pode sonhar mais alto no ano. Um primeiro passo para isso se concretizar é não se entregar jamais, como o DNA do clube pede. E parece que os jogadores entenderam isso.