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BID projeta crescimento do PIB de 1,5% para Brasil em 2024

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) prognostica uma moderação considerável no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o ano de 2024. As estimativas publicadas recentemente antecipam um avanço limitado a 1,5%, o que representa mais da metade menos que o crescimento de 2,9% registrado no último ano.

Este enrijecimento da expansão econômica nacional está projetado para ser menos vigoroso do que a média de crescimento da América Latina e Caribe. A região, conforme o BID, deve marcar um progresso de 1,6% no decorrer de 2024, ultrapassando a expansão de 2,1% que ocorreu em 2023, o que superou as previsões de muitos especialistas. “Nações de maior escala econômica, a exemplo de Brasil e México, foram pilares na propulsão do avanço regional”, enfatizou o BID no seu relatório Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento. A instituição sediada em Washington DC reconheceu também que, durante o ano anterior, a América Latina e Caribe surpreendeu com uma robustez econômica além das expectativas. Como parte deste contexto, o México prevê um crescimento de 2,1% para 2024, após um avanço de 3,1% beneficiado pelo nearshoring no ano antecedente.

O BID declara que o crescimento prognosticado para a região da América Latina e Caribe enfrenta influências de uma conjuntura global retraída, taxas de juro persistentemente elevadas, estabilidade nos preços das commodities, assim como uma consolidação fiscal gradual e dívida relativa alta, estas últimas mencionadas no relatório em questão. Ilan Goldfajn, presidente do BID, emitiu um comunicado premente onde destaca: “Nossa região padece de um tríplice desafio estrutural de crescentes demandas sociais, limitações fiscais e crescimento atenuado, agravados significativamente pelos efeitos das alterações climáticas”.

Em termos de recuperação, o BID olha para 2025 com esperanças de retomada no crescimento na América Latina. Para o Brasil, prevê-se um avanço do PIB para 2,0%. A economia latina e do Caribe, por outro lado, deve elevar o crescimento para 2,3%. O México possivelmente manterá a marca do presente ano.

Está ressaltado no estudo do BID o impacto fundamental da elevação das taxas de juro pelos bancos centrais da América Latina, influenciando a queda da inflação anual média para 3,8% em dezembro de 2023. No mesmo relatório, foi observada uma diminuição na relação dívida/PIB da América Latina e Caribe de 11 pontos percentuais entre 2020 e 2023, ainda que o ritmo tenha declinado no último ano. O BID postula, em seu cenário-base, um decréscimo adicional de 3 pontos percentuais na dívida/PIB para a média dos países, chegando a 56% até 2026. Contudo, num panorama de choques intensificados, a dívida pública média da região pode ascender a 62%.

No caso de persistirem choques internacionais adversos, um período de recessão de dois anos poderia ensombrar a região. O Brasil não estaria imune, sofrendo uma contração do PIB em 0,2% no ano corrente e um recuo de 0,4% em 2025, com perspectiva de recuperação apenas em 2026.

O organismo emitiu ainda um aviso específico com relação ao fenômeno climático El Niño, com a previsão de que pode levar a um crescimento na relação da dívida/PIB em 3% em um período de três anos. Sublinha-se a importância essencial de reformas na região, visando captar vantagens econômicas ainda não exploradas e fortalecendo o papel da América Latina no palco econômico mundial. Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID, enfatiza a necessidade de progredir em reformas que “promovam o aumento da produtividade, melhorem a resiliência econômica e impulsionem o crescimento sustentável”.

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