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“Ele de novo”: José Dirceu volta com tapete vermelho no governo do PT

José Dirceu reaparece em grande estilo no tabuleiro político brasileiro, marcando sua reentrada com celebrações na capital, Brasília. Seu potencial retorno ao núcleo do poder, ao lado do governo de Lula, pode promover uma reviravolta notável na dinâmica da política nacional – trazendo alguém com uma destreza estratégica incomparável. Não se pode negar que o primeiro mandato de Lula, impulsionado pelos ventos favoráveis da economia, contou também com a perícia de políticos veteranos como José Dirceu, Luiz Gushiken, Gilberto Carvalho e Antonio Palocci – um esquadrão decisivo que agora falta ao presidente.

Em seu pronunciamento durante o evento de seu renascimento político, José Dirceu defende uma oratória não política, porém suas palavras possuem claramente uma carga maior. Ele não apenas reforça o objetivo de reeleger Lula, mas também de estabelecer uma era de governos sucessivos do PT, mostrando as intenções de um estrategista que aspira a consolidar o partido por dois mandatos adicionais.

Na realpolitik delineada por Dirceu, o PT deve sua posição precária de poder ao fenômeno que emergiu como o antídoto de suas debilidades: o bolsonarismo. É o radicalismo e a agressividade bolsonarista que concentram as demais correntes opositoras, na visão de Dirceu. As tendências belicosas e perseguições promovidas sob a bandeira bolsonarista repeliram até mesmo aliados anteriores de Bolsonaro – indivíduos que foram maltratados por um governo que combatia principalmente contra si mesmo. A brutalidade da facção bolsonarista, os ataques a personalidades como Sérgio Moro, general Santos Cruz, Gustavo Bebbiano e Janaína Paschoal, que se atreveram a emitir críticas, revelaram uma fissura alargada. Ainda mais sombrio é o silêncio dos que se dizem paladinos da liberdade – um silêncio cúmplice diante dos abusos do poder, dos ataques à integridade pessoal e até das ameaças de morte.

Com a retomada do poder pelo PT, os beligerantes bolsonaristas retornam e os complacentes avançam um passo, atacando críticos do PT que não se alinham a Bolsonaro e pressionando para que este seja apontado como um mal menor em relação a Lula – uma estranha manobra especialmente direcionada a quem já foi dilacerado pelo feroz aparato bolsonarista. E de novo, agem com uma dissimulação descarada, ignorando o passado de maneira covarde e cúmplice.

Dirceu compreende que o chiqueiro moral criado pela união entre a violência dos bolsonaristas e a indiferença dos sonsos é um recurso inestimável para posicionar até o PT como uma alternativa palatável na arena política. O falhanço mais devastador de Bolsonaro foi o de revitalizar Lula e, por consequência, reconduzir o PT ao poder. Agora, com Lula recuperando José Dirceu, este se empenha em solidificar a hegemonia do partido por mais duas gestões. Conseguirá ele concretizar tal feito? Ficamos na expectativa dos próximos episódios desse drama político.

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