Um recém-divulgado levantamento do Instituto de Pesquisa e Estratégia de Comunicação (Ipec) evidencia um declínio na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indicando que o chefe do Executivo enfrenta o seu momento mais crítico em termos de aceitação pública desde o começo de seu terceiro mandato. A pesquisa sinaliza uma retração de cinco pontos percentuais na avaliação positiva em comparação com os dados de dezembro do ano passado.
Analisando o conjunto dos 2 mil brasileiros sondados no início de março, percebemos que apenas 33% avaliam o governo como “ótimo” ou “bom”, uma queda frente aos 38% que compartilhavam dessa visão positiva no mês de dezembro. Ao mesmo passo, a avaliação negativa – resultante dos que categorizam o governo como “ruim” ou “péssimo” – manteve-se estável dentro da margem de erro, subindo de 30% para os atuais 32%.
Em um ano de governo, a curva de popularidade oscilou significativamente, e o índice negativo de avaliação atinge agora o patamar mais alto do mandato. A caracterização do governo como “regular” aumentou de 30% para 33% desde a última pesquisa.
A aprovação da maneira de Lula governar encontra-se também em terreno instável. A aprovação caiu de 51% para 49%, enquanto que a desaprovação cresceu de 43% para 45%, com os indecisos mantendo-se inalterados em 6%.
Este panorama pode estar refletindo as repercussões da polêmica fala do presidente durante uma entrevista em Adis-Abeba, na Etiópia, que comparou o conflito Israel-Palestina à perseguição sofrida pelos judeus na segunda guerra mundial, um comentário que causou fricção tanto com o governo de Israel quanto no cenário político interno brasileiro.
A identificação do declínio na popularidade de Lula é especialmente notável entre categorias de eleitores que tradicionalmente representam sua base de apoio, indicando que o presidente terá desafios à frente para reconquistar a confiança desses segmentos da população.
O nível de confiança no presidente também apresentou variações, aumentando a diferença entre os que confiam e os que não confiam em Lula, alcançando respectivamente os índices de 45% e 51%.
Quando questionados sobre a comparação do governo Lula com o de Jair Bolsonaro, os entrevistados se mostraram divididos: enquanto 30% veem uma melhora, outros 30% avaliam que a situação permaneceu inalterada e 38% acreditam que o cenário é pior agora.
Por fim, no quesito expectativa, a pesquisa expõe que 43% dos brasileiros acreditam que o governo está no caminho certo, enquanto que uma maioria de 50% discorda dessa visão. Há ainda uma parcela de 7% que não tem opinião formada ou optou por não responder.
| Avaliação | Dezembro | Março |
|---|---|---|
| Positiva (Ótima/Boa) | 38% | 33% |
| Negativa (Ruim/Péssima) | 30% | 32% |
| Regular | 30% | 33% |
| Aprovação de maneira de governar | 51% | 49% |
| Desaprovação de maneira de governar | 43% | 45% |
| Confiança no presidente | 48% | 45% |
| Desconfiança no presidente | 50% | 51% |
| Melhor que governo anterior | 32% | 30% |
| Igual ao governo anterior | 30% | 30% |
| Pior que governo anterior | 35% | 38% |
| No caminho certo | – | 43% |
| No caminho errado | – | 50% |
Estes dados ilustram não apenas o momento atual político do Brasil sob o olhar da sociedade, mas também delineiam os desafios que o presidente Lula e sua administração enfrentarão nos próximos meses para restabelecer uma relação sólida com os eleitores e melhorar os índices de aprovação.
Fonte : Terra
