A conjuntura política na América Latina está novamente no foco das discussões, à medida que o Brasil se destaca por sua notável ausência de solidariedade regional. Um comunicado assinado por diversos governos latino-americanos, incluindo Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, manifestou “grave preocupação” com os obstáculos enfrentados pela candidata Corina Yoris, aliada da proeminente figura da oposição María Corina Machado, em sua tentativa de inscrever-se no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para as iminentes eleições presidenciais venezuelanas, marcadas para 28 de julho.
Apesar das tentativas de contato, o Brasil manteve-se à margem do comunicado conjunto, focando em uma postura observadora, conforme revelado por uma fonte do Itamaraty à CNN. Até o presente momento, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem o Ministério das Relações Exteriores se pronunciaram oficialmente, mantendo uma posição que, para muitos, poderia ser interpretada como uma mancha na liderança regional do país.
A preocupação expressa pelas chancelarias latino-americanas vai além da denúncia: exige-se uma reconsideração para que todos aqueles que satisfizerem os requisitos constitucionais possam candidatar-se livremente, uma premissa fundamental para garantir a soberania popular através do voto.
É inescapável mencionar que durante o último final de semana, tanto a Plataforma Unitária, coalizão dos partidos de oposição, quanto Corina Yoris têm relatado obstáculos intransponíveis para o registro eleitoral, resultado do que parece ser uma tática obstrucionista por parte das autoridades do CNE, segundo Yoris. Enquanto isso, María Corina Machado, arquiadversária do presidente Nicolás Maduro, encontra-se marginalizada do espectro político, proibida que está de ocupar cargos políticos pelos próximos 15 anos.
As acusações de dupla nacionalidade de Yoris, insinuadas por figuras do chavismo como a deputada Iris Varela, foram prontamente refutadas, em um contexto onde cada gesto e cada palavra são escrutinados, revelando a tensão e o calor das disputas políticas venezuelanas.
Enquanto esse drama se desenrola, Nicolás Maduro não deixa de manifestar sua convicção, referindo-se à oposição como “direita arrasada” e prometendo uma vitória contundente no dia 28 de julho, uma declaração que ecoa não apenas entre seus apoiadores, mas também retumba pelo cenário político internacional como um preságio do que está por vir.