António valoriza “equilíbrio” do Corinthians e questiona arbitragem após empate com Atlético-MG

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Foto: Rodrigo Coca/Corinthians

O técnico António Oliveira valorizou o equilíbrio da equipe do Corinthians após o empate por 0 a 0 com o Atlético-MG, neste domingo. O treinador, que foi expulso após o apito final, também questionou a arbitragem de Yuri Elino Ferreira da Cruz, que deu o que falar entre elencos e torcedores.

“Evidentemente que deveríamos ter feito mais na criação, mas nós temos que encontrar um ponto de equilíbrio, não jogamos sozinho. É um adversário muito bom coletivamente e principalmente individualmente. Prometi uma equipe equilibrada e competitiva, e isso aconteceu. Não é tendo 10 jogadores na frente, que vamos ser ofensivos. Quem conhece minhas equipes sabe que são equipes seguras defensivamente, equilibradas. O resultado foi justo, jogo difícil, poderíamos ter vencido sim, mas somamos um ponto”, comentou António em entrevista coletiva.

O português aproveitou a oportunidade para falar sobre a arbitragem de Yuri Elino Ferreira da Cruz, que desagradou ambas as equipes. Na visão do treinador, o juiz quis “compensar” a expulsão de Battaglia e não teve critério em algumas decisões tomadas durante a segunda etapa.

“Cada um faz o seu trabalho da maneira que sabe, pode. Não gostaria de ser juiz, é uma função muito difícil, é o único que não pode falhar. Ele tem família, faz as coisas de forma honesta, não há dúvida nenhuma. Agora, não pode querer compensar na segunda etapa algo que ele acertou no primeiro. Parece que ele quis compensar na segunda etapa. A bola ficou parada 60% do tempo, isso não é possível. Pede-se para valorizar o espetáculo. Tem uma situação gritante, em que o Yuri está no chão, o árbitro deixou seguir. E nós recuperamos a bola, o jogador deles caiu, e o juiz parou. Não pode ser. Tem que ter critério, pois isso gera caos. Ele foi mal para os dois lados em algum momento, mas não vou bater mais nele, ele fez o melhor que pôde”, comentou António.

O jogo em Itaquera foi truncado, com poucas chances de gol. Mesmo com um a mais ao longo de todo segundo tempo, o Timão não conseguiu furar o bloqueio atleticano. Assim, ambas as equipes iniciam a liga nacional com um ponto somado.

O próximo jogo do Corinthians será contra o Juventude, na quarta-feira, às 20 horas (de Brasília), em Caxias do Sul, pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Veja outros trechos da coletiva de António Oliveira:

Expulsão após o jogo

“Eu estou aqui desde 2020. Eu sou assim. Evidente que estou marcado por eles (árbitros). Em nenhum momento, vou deixar de viver o jogo da minha maneira, de forma apaixonada. Eu não me orgulho dos cartões, mas tem o outro lado. O árbitro tem que analisar quem ele vai enfrentar. Por que ao invés de ficar disparando amarelos, não conversamos primeiro? Dar muitos amarelos vai resolver alguma coisa? Não vai ajudar em nada. Já percebi que a tolerância é 0 nessa altura, principalmente para alguns. Devo refletir, não me orgulho nada, mas será que o árbitro não vai para a casa e não pensa no que fez? É uma reflexão que tem que ser feita por ambas as partes.”

Elenco

“Eu tenho uma crença enorme nesses jogadores. Sempre disse nas projeções que não faço pensamentos a longo prazo. É um jogo de cada vez, e não é um chavão. Uma equipe que está a se reestruturar, que muitos jogaram pela primeira vez há pouco tempo, em várias competições, eles estão fazendo um trabalho digno, de muita qualidade. Humanos fantásticos, com vontade enorme de aprender. Tenho um prazer enorme de trabalhar com eles. Amanhã temos um treino, vamos trabalhar em função daquilo que é o próximo jogo, que para mim é o mais importante. É desafiante, mas vai valer a pena”.

Igor Coronado titular?

“Os que estão fora são sempre melhores que os que estão dentro. É viver jogo a jogo, crescer cada vez mais, evoluir. Não gosto de individualizar, Igor entrou bem, vem de um processo difícil, sua inclusão foi atrasada e nós precisamos ter algum cuidado. Mas todos, pela densidade competitiva, vão jogar e vamos buscar sempre escolher as melhores opções.”

Torcida

“Jogo após jogo eu viro mais fã desta torcida. Estou aqui há anos, e ela é especial. Nos apoia, empurra… a gente se entrega rapidamente para ela. Gente que não para de torcer, independentemente do resultado. Só perdemos uma vez aqui desde que cheguei e o povo reconheceu a qualidade do jogo e a injustiça do resultado, eles sabem reconhecer quando entregamos tudo por essa causa. É uma religião que temos.”

Raniele

“Raniele eu conheço. Quando perdi o Raniele para o Corinthians, virei para o presidente, que tenho um respeito enorme, disse a ele que pode vender todos, menos o Raniele. E ele vendeu o Raniele. Ainda bem que vendeu (risos).

Sabem qual é a posição de origem do Raniele? Ele é zagueiro. Raniele é zagueiro, e quem conhece minhas equipes, sabe que ele já jogou de zagueiro comigo. Precisamos ter uma análise abrangente, macro. Ele é determinante no 4-3-3, no controle das linhas. Sabe o momento que tem que entrar na linha e sair. Ele é um jogador extremamente competitivo, de duelo. Não é construtor nato, temos outros com mais capacidade, mas tem outras valências que outros não conseguem dar. Competitivo, determinante na nossa forma de jogar. Ele tem muito compromisso, lealdade fantástica. Se estou aqui devo muito a ele, foi peça fundamental no ano passado.”