MST invade terras produtivas da Embrapa

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Em uma ousada demonstração de ativismo pela reforma agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reassume controle de territórios estratégicos e desafia o poder público com a reocupação de áreas pertencentes à Embrapa Semiárido e à Codevasf em Petrolina, Pernambuco. Este ato, emblemático da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, simboliza a resistência à tragédia de Eldorado dos Carajás e intensifica a discussão sobre terras ociosas na véspera de anúncios governamentais sobre o assentamento rural.

Enquanto o número exato de famílias envolvidas na ocupação permanece incerto, as reivindicações são claras: 1.500 hectares considerados improdutivos e negligenciados clamam por um destino mais digno. Essa ação surge num contexto prévio ao lançamento do Programa “Terra para Gente” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Desenvolvimento Agrário, uma medida que aspira a implementar a promessa de disponibilizar terras para a tão debatida reforma agrária.

A Embrapa, tradicionalmente ligada ao agronegócio e alinhada com interesses estatais, encontra suas áreas novamente sob o controle do MST, que as marca como terras a serem convertidas a fins mais justos e voltadas para aqueles desprovidos de um chão para plantar. Paralelamente, a continuidade da ocupação da Estação de Zootecnia do Extremo Sul, parte da Ceplac na Bahia, mantém a pressão sobre propriedades públicas.

O diálogo entre os manifestantes e o governo federal ressoa na medida em que reocupações anteriores da Embrapa Semiárido resultaram em acordos específicos imperatizados pela voz da dirigência do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, que rememora promessas não cumpridas. Ao mesmo tempo, o movimento adiciona ao seu portfólio mais uma ocupação em terras ancestrais da Usina Maravilha.

Considerando a importância dessas negociações para o futuro das políticas agrárias no Brasil e o forte apelo emocional e social que o MST tem perante suas bases e setores da sociedade civil, o cenário político atual é marcado por uma inegável tensão entre promessas governamentais e a urgente necessidade de ações concretas que atendam às demandas dos trabalhadores rurais sem terra.